segunda-feira, 1 de abril de 2013

Calendário Orixás

Janeiro17 Festa do Bonfim
20 São Sebastião
Fevereiro02 N. S. dos Navegantes
Março19 São José - Invocação de Saint Germain
Abril23 São Jorge
Maio13 Pretos Velhos
24 Santa Sara Kali
Junho11 Pomba Gira
12 Ogum Xoroquê
13 Dia Consagrado aos Exus - Santo Antonio
24 São João (Xangô - Kaô)
29 São Pedro (Xangô - Agodó)
Julho26 N. S. Santana (Nana-Borokê)
Agosto15 N. S. da Glória
16 S. Roque (Xapanã - Obaluaê)
24 Toques para Exu
Setembro27 Cosme Damião (Ibeji)
29 S. Miguel Arcanjo
30 S. Gerônimo (Xangô)
Outubro28 Festa dos Boiadeiros
Novembro02 Omulú
Dezembro04 Sta. Bárbara (Yansã)
08 Conceição da Praia - Iemanjá
23 Chegadas dos Caboclos
25 Oxalá
27 S. Benedito e N. S. do Rosário
31 Iemanjá - RJ
Dias da SemanaSegunda-feira – Exu, Pomba Gira, Obaluaê, Omulu, Pretos Velhos Terça-feira – Ogum, Oxumarê, Boiadeiros e Baianos
Quarta-feira – Xangô e Iansã
Quinta-feira – Oxossi, Ossain, Logun-Edé e Caboclos
Sexta-feira – Oxalá e Linha do Oriente
Sábado – Iemanjá, Oxum, Nanã e Marinheiros
Domingo – Cosme e Damião e Erês

23 de Abril - São Jorge / Ogum Orixa do mes de Abril

Queridos irmãos, este mes e de Ogum, nosso querido São Jorge, e mes de festa nos terreiros, sarava Pai Ogum.
Aqui um pouco da historia do nosso cavalheiro de aruanda
Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido à sua dedicação e à sua habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem essas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Como São Jorge se mantinha fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador! Eu sou servo de um Deus vivo! Somente a Ele eu temerei e adorarei". Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.
No sincretismo religioso, São Jorge corresponde ao orixá OgumDivindade masculina iorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo iorubá. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão; aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Umbanda uma Religião Includente e Democrática



 

Como explicaríamos a nossa religião de uma forma simples e educativa?

 

Principalmente nós que somos tão seriamente perseguidos pelo preconceito e por equívocos de algumas correntes que nos confundem com feiticeiros e/ou praticantes de baixa magia?
 Inquestionavelmente, como todas as outras correntes religiosas, temos sim nosso lado místico e mágico e por isso despertamos tanta curiosidade entre os leigos. Somos fruto do mistério e desvendar os segredos da vida é a nossa meta. Quando falamos de vida após a morte, comunicação interdimensional e da linguagem dos espíritos essa busca se torna ainda mais instigante.

 

A Umbanda, a exemplo de todas as práticas religiosas de origem espiritualista se auto – explicam e se justificam inicialmente na fé do iniciado. Religião nenhuma acontece sem a FÉ, manifestada em gestos, atos e emoções. Infelizmente a todo instante tentam mensurar ou dimensionar a intensidade de um milagre, de uma graça, de uma interferência mediúnica... Ou seja, de que maneira uma manifestação divina repercute no mundo material. A ciência vem acompanhando esses fenômenos e nos dias atuais fica muito difícil questionar sua veracidade e seu alcance na sociedade. As casas de culto umbandista vem crescendo, a cada dia observamos um numero maior de iniciados e só nos falta a união e orgulho comuns a doutrinas estabelecidas no Brasil a mais tempo que nós. Temos um centenário de prática reconhecida e difundida a partir da manifestação do Caboclo das 7 Encruzilhadas, mas sabemos que nossa religião já existia. A Umbanda surgiu no canto escuro das senzalas, na fumaça do pajé, na ladainha das benzedeiras e viajou pelo país na garupa dos andarilhos, dos ciganos, dos místicos curadores e ganhou a simpatia de todos pela sua simplicidade e eficiência, pois a resposta para grande parte dos males do corpo e da alma começa e termina na emoção.

 

No coração de quem sente ou fez sentir.

Hoje observamos uma religião sem fronteiras, descobrindo e querendo ser descoberta. A busca espiritual de muitos seres humanos ainda é grande. Uma religião genuinamente brasileira, porém com fortes influências africanas traduzida no louvor aos Orixás, deuses africanos que trazem consigo as forças da natureza, representantes diretos da manifestação do criador na Terra. A Umbanda é uma religião intimamente ligada a natureza.

 

O uso responsável da terra e de seus recursos naturais representa grande diferença do verdadeiro Umbandista para outras práticas místicas que acabam poluindo, denegrindo e contribuindo para o aumento do preconceito. Não é mais admissível a destruição das florestas, a poluição urbana e a contaminação de rios e mares. Outras influências se destacam no culto umbandista como a presença católica trazidas das senzalas, resultado do processo colonizador e catequizador do branco, da cultura indígena do primeiro habitante das terras de Santa Cruz. Dessa mistura nasce e se consolida como a resposta democrática e includente da Umbanda, o poder do sincretismo religioso.

 

Não precisamos mais do sincretismo, é verdade.

 

Reconhecemos e entendemos até onde essa influência pode ser negativa e o quanto ela colabora para a confusão e má interpretação, principalmente dos mal intencionados.

 

Mas numa religião ancestral, onde a tradição dos mais antigos nos remete a nossa força, a nossa raiz, entendo ser esse o caminho da unificação, da inclusão e aceitação de uma única verdade.

 

Somos filhos de uma mesma criação. Oxalá está em nosso gongá de braços abertos, representando a figura de nosso mestre Jesus como irradiador da luz necessária que todos os Orixás Santos nos enviam quando da abertura desse grande portal espiritual na comunicação com nossos guias e mentores.
Salve nossos Caboclos de pena ou de couro que em suas matas ou paragens não desistiram de nossa terra, de nosso chão e lutaram contra a escravidão, além de contribuírem profundamente com sua cultura, com sua medicina e com sua magia.

 

Salve nossos Pretos Velhos, heróis da resistência, representantes da força ancestral e do amor divino.

 

Transcenderam no sofrimento e hoje são nossos mais fieis conselheiros. O verdadeiro Umbandista olha seu mais velho com amor e respeito, pois nele reside toda a força e sabedoria necessárias à construção de caminhos menos espinhosos nos dias de hoje.

 

Salve nossas crianças. Em cada um de nós mora uma criança, esperando seu amor e fé para que desperte e torne sua vida mais feliz. Façamos desabrochar em cada um de nós a criança que um dia se perdeu de nós, a partir das primeiras amarguras e sofrimentos da vida adulta. Para que uma vida amarga seja mais doce ofereça ao seu ibeiji o mel de um sorriso. O verdadeiro Umbandista respeita a criança e reconhece nela a manifestação mais sublime da divindade. Combater a violência infantil, o abandono e o abuso sexual de crianças e adolescentes é praticar a Umbanda em sua essência.

 

Salve nossos exus e pombas giras. Espíritos trabalhadores da Umbanda. Incansáveis na busca da verdade. Vencedores nas demandas da vida. Guerreiros em nossa defesa contra espíritos de baixa vibração. Em seu processo reencarnatório, a partir das lições e vivências da carne encontraram no trabalho espiritual de Umbanda uma forma de progredir, aprendendo e ensinando e principalmente servindo a essa poderosa corrente de Guardiões.Olhemos ao nosso semelhante com mais amor e menos julgamento.

 

Todos estamos aqui para aprender. No erro ou no acerto, somos todos resultado de nossas escolhas. Boas ou ruins, todos um dia seremos confrontados com o espelho de nossas verdades, virtudes e fraquezas. E dessa verdade nenhum de nós poderá se livrar.

 

Salve o médium de Umbanda. Vestido de branco, pés descalços, alma e coração abertos para o encontro espiritual. As vestes brancas o despem de toda a vaidade. Os pés descalços flutuam sobre o chão do terreiro. Ele é mais um nessa grande roda, porém é único em seu êxtase. Nessa hora nada é mais importante que viver a emoção de estar sob a irradiação de seus guias e mentores. É um trabalhador a serviço da caridade dos bons espíritos. Busque esse trabalhador com amor, respeito e admiração, pois sua missão é ligar o assistido a espiritualidade. Esteja pronto para interagir com esse instrumento usando de ética, humildade e amor. 

 

A Umbanda está em nós. Em nossa referência ancestral, em nossas informações genéticas. Somos filhos dessa terra, recebemos essa herança espiritual e nossa missão enquanto herdeiros é semear a Umbanda do Amanhã. Por nossos filhos, por nossos netos... pela paz na Terra aos homens de boa vontade.

O Iniciante da Umbanda


Um médium iniciante foi falar com o Dirigente do terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas: - Pai preciso saber urgente quem são meus Orixás, e com quais entidades vou trabalhar!

- E por que esta pressa meu filho? – Respondeu o dirigente.

- É que tenho amigos em outro terreiro e quando souberam que eu estava freqüentando a Umbanda, me fizeram estas perguntas e eu não soube responder.

- Vou te ensinar a resposta. Quando te perguntarem novamente responda:

"Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade, as entidades com as quais vou trabalhar são Fé, Amor, Paciência e Perseverança.”

O médium ficou olhando sem entender as palavras do dirigente, que continuou:

“Na Umbanda não temos de nos preocupar quem são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que menos vai importar é seu nome, devemos sim nos preocupar em ajudá-las a transmitir àqueles que os procurarem as energias positivas e a paz que procuram.”

Evangelização Infantil na Umbanda



Certa vez ouvi de um sacerdote uma frase que ficou guardada nos arquivos da minha mente: "Para que uma religião seja boa para os pais, tem que ser boa para os filhos também".

O assunto havia surgido da questão: porque alguns médiuns não levavam seus filhos ao terreiro? Sabemos que as crianças precisam de uma base religiosa para que possam se tornar pessoas de boa índole no futuro. Lógico que apenas a religião não basta: também é preciso ter educação familiar.

Temos aí uma gama de espíritos recém chegados a este orbe, cheios de energia, vontade de aprender e principalmente, de ensinar. Muitas destas crianças são reencarnações de seres de grande evolução espiritual e que estão aí, prontos para servir a Umbanda nos próximos anos.

Mas para isso é necessário que elas tenham um início, uma base doutrinária e filosófica, voltada aos ditames máximos que a religião prega: amor, fé, caridade e humildade. E todos estes conceitos encontramos facilmente nos Evangelhos do Mestre Jesus e nas palavras dos Guias e Mentores de Luz que militam na Seara Umbandista. Somando isso à doutrina religiosa e aos conceitos básicos de moral e ética humana, podemos encaminhar nossas crianças para um futuro melhor.

Pense Nisso,

Crianças… Uma responsabilidade de todos!
  
Evangelize as Nossas Crianças na Umbanda… Esse é o Grande Futuro da Umbanda
    

 
ÁLCOOL
     1. Considerações;
     2. Efeitos do álcool no médium;
     3. Alcoolismo;
     4. O álcool;
     5. Utilidades do álcool.

                              foto-alcoolismo-3

Considerações sobre fundamento e consumo do álcool na Umbanda

                     O ato de beber ou oferecer bebida, com freqüência faz parte de ritos e pode-se associar também a idéia de filtro, com caráter positivo, bom ou mau. O álcool realiza a síntese da água e do fogo. O álcool simboliza a energia vital que deriva da união de dois elementos contrários, água e o fogo.  A aguardente símbolo do fogo da vida, é também de inspiração criadora, não apenas estimula as possibilidades espirituais como também as cria, quando usados com seriedade, respeito e moderação.
                     A bebida é utilizada discretamente em vários cultos, haja visto na religião católica onde o vinho trás a simbologia do sangue de Cristo. Nos trabalhos de Umbanda são utilizadas diversas bebidas, tanto para os rituais como para as oferendas aos guias e Orixás, como por exemplo, a cerveja  branca relacionada ao Orixá Ogum, a champagne branca relacionada ao Orixá Iemanjá, a cerveja preta relacionada aos pretos velhos e etc,... Costuma-se também oferendar a linha de esquerda com Pinga ou marafo, na abertura dos trabalhos mediúnicos, bem como essas linhas utilizam-se muitas vezes de pinga como elemento. Para abrir um espaço mágico onde atraem as entidades desejadas.

                     Ou seja:  O Oti (cerveja) pode ser utilizada pelo médium incorporado,... seguindo os fundamentos da Umbanda, onde se utiliza da energia (água, cevada e espuma) para ativar vibracionalmente uma energia salutar utilizada pela entidade no momento em que esta atuando incorporado (com consumo moderadíssimo).  O marafo (aguardente) também possui um caráter parecido para atuação,..MAS AO CONTRÁRIO do Oti não necessita e nem deve ser consumido, ingerido pelo médium incorporado, mesmo sendo este na gira de Guardiões (exus). Neste caso, o marafo deve ser oferendado num copo ou taça, em lugar próprio para que os nossos ilustres Guardiões façam o uso dela, sem colocar em risco a integridade do médium, visto que este tipo de bebida possui alto teor alcoólico assim como as demais bebidas destiladas!!!!!
                     O Umbandista deve zelar pelo respeito, no uso deste arsenal de Umbanda, não permitindo jamais sua utilização com desmandos muitas vezes provenientes do próprio médium que nunca deverá ficar alcoolozado.
                    Atribuo os fatos pela falta de conhecimento que acercam as pessoas que ignoram, desconhecendo o encantador e também perigoso lado do invisível, ou seja, o imenso universo espiritual.
                   
                  
Efeitos do álcool no médium:

                   Todos nós temos um potencial mediúnico latente quando encarnamos que é respeitada a escolha, através do nosso livre arbítrio tão generosamente concedido pelo nosso Pai Criador. Esse potencial mediúnico tem diferentes graus em cada pessoa, dependendo da necessidade, missão, karmas e propósitos que acercam o indivíduo na hora do reencarne.
                   Em qualquer religião ou mesmo quando não seguimos a nenhuma, continuamos a ter a mediunidade, querendo ou não, visto que temos um diferencial na região central do cérebro, mas precisamente na glândula pineal, cientificamente comprovada, que nos ligam ao universo espiritual. Essa ligação existe e pode tornar-se evidente em qualquer idade, levando ao que chamamos de maturidade mediúnica.
                   
                  Muitas vezes um alcoólatra é uma pessoa que pode estar com a mediunidade “madura”. Está fisicamente falando, apto a trabalhar com a espiritualidade.
                  Só que infelizmente, mesmo ele tendo protetores espirituais e até mesmo tendo Anjo da Guarda para auxiliá-lo, ... torna-se relapso em termos de disciplina, conhecimento, e vigilância!! Jesus nos ensinou Orai e Vigiai!!  Isso se aplica principalmente aos médiuns, que devem buscar o conhecimento, ter conduta ilibada e retidão moral,... Devemos associar tudo isso a pensamentos elevados e salutares e a constante vigilância dos atos e de todos pensamentos nossos perante as adversidades da vida!!!  Isso não nos leva a santidade, mas nos direciona a uma reforma íntima que é o ponto chave (principal) existente em cada ser que habita a Terra.

                                                 foto-alcoolismo-1

                  Quando não temos o conhecimento, ou não nos importamos com ele, ou ao menos encontramos uma ajuda correta, temos a ocorrência exata de distúrbios psíquicos associados ao consumo do álcool.
                  Infelizmente, estas associações levam ao indivíduo a estar sendo vítima, presa e alvo de espíritos inferiores que estão por vampirizá-lo, expondo-o a perigos, vexatórios e a uma constante perda de energia espiritual e física.

Nenhum espírito elevado, sujeita ou obriga ao médium beber teores alcoólicos e não necessitam de embriagar o médium para poder trabalhar.
Nenhum protetor espiritual, trabalha incorporado ingerindo bebidas destiladas, nem tão pouco, em hipótese nenhuma faz a incorporação e atendimento dentro da casa do médium.
                Isto é assim porque, o álcool leva qualquer pessoa, por mais acostumada que seja, a ter uma alteração cerebral, uma euforia passageira, ou até mesmo a um estado de embriagues, que faz com que ocorra uma diminuição do equilíbrio e lucidez, levando facilmente a pessoa a um estado de inconsciência. Este estado de inconsciência é oportuno a espiritualidade inferior que capita as energias e ondas mentais do encarnado, tendo uma enorme facilidade do que chamamos de incorporação.
                Esses espíritos mistificam, passando-se por entidades da mesa branca e da Umbanda, perturbando,  divertindo-se com a situação (isso porque chega-se ao ponto de até eles mesmo acharem que são as determinadas entidades), causando sofrimento na vida do médium e dos que o cercam.

OBS: Quanto aos trabalhos feitos na casa, não são permitidos em hipótese nenhuma, porque todo trabalho espiritual requer um aparato enorme em preparativos, tanto pelo lado material como pelo lado espiritual, visto que temos que ter os “soldados” Guardiões para fazer a segurança, o corpo hierárquico espiritual comandando o atendimento, porque em se tratando do invisível, temos uma população muito maior de necessitados, perturbadores, trevosos e sofredores, sendo organizados para receberem ajuda ou até mesmo em alguns casos, para serem aprisionados e levados para outra dimensão, tamanho o estado de primitivo e disforme que se encontra o espírito das trevas. Se não houver todo  esse cuidado, todos da casa estão correndo risco de ataque e a permanência desses espíritos de vibração inferior.
                                                                                                 Texto: Jabonã Ana.



                                             ALCOOLISMO 

                                         alcoolismo
O alcoolismo ainda constitui um dos grandes flagelos que assolam a Humanidade, desequilibrando as normas da vida, provocando tragédias contínuas e contínuos desassossegos e enchendo os manicômios com uma percentagem aterradora.

Se, para a Humanidade, ele constitui esse mal avassalador, penetrando em todas as camadas e nela deixando a sua marca de tragédia com conseqüentes desesperos e lágrimas, para a ciência humana, constitui, também, um mal que não tem encontrado barreiras no seu ímpeto assolador e, pior do que isso – não tem permitido que se lhe anteponha uma terapêutica criteriosa, capaz se não de anular os seus efeitos, pelo menos, atenuar os seus males.

Ainda uma vez, a ciência dos homens entra com o seu contingente de culpa, deixando as células e os neurônios intoxicados sem possibilidade para um tratamento eficiente.

O materialismo da ciência humana continua sendo mesmo neste setor – vícios – o precipício à borda do qual pára, com os seus apetrechos, temerosa de sondar a voragem onde suas vistas não penetram, e através de cujas trevas não vislumbra um raio de luz ou um raio de esperança...

ALCOOLISMO – espectro horrendo que paira sobre os lares e as sociedades para deles arrancar, com as garras aduncas, os filhos, os esposos, os noivos, fazendo com que venham participar da sua cruzada imensa que segue para o país da desgraça, por entre lamentações lúgubres, levando pela estrada do desespero, os despojos da alegria e da felicidade...

E a ciência dos homens, incapaz de um auxílio direto, continua presenciando esse cortejo lúgubre, condoída e desesperada por não encontrar um recurso capaz de deter essa marcha ou atenuar as lamentações que se tornam mais sentidas e mais plangentes, quanto maior o número daqueles que reforçam as fileiras dos infelizes...

Materialidade! Materialidade!

Filtro que estimula o orgulho do saber, anuviando a razão e entorpecendo o raciocínio, não lhes permitindo acompanhar, pari-passu, a evolução que segue, indiferente, aos desentendimentos humanos.

Apegados aos males físicos, esquecem-se dos males psíquicos, ignorando a questão da sensibilidade mediúnica dos indivíduos e indiferentes a ação quase avassaladora de entidades desencarnadas e inteligentes.

Apoiados na hereditariedade orgânica com as suas conseqüências naturais ou patológicas, se esquecem da hereditariedade psíquica – acervo de vícios e intoxicações que o espírito traz de existências passadas...

Atribuem ao meio ambiente atual e aos arrastamentos dos amigos de agora, e não se lembram da possibilidade e da realidade dos meios e dos arrastamentos produzidos em vidas passadas!

Por vezes, apesar de não encontrar uma base sólida em todas essas conjeturas, digamos mesmo, leis, para a maioria, nem assim se desviam da velha rotina, procurando outras bases para melhor se firmarem nos diagnósticos e prognósticos.

E uma dessas leis e bases principais às quais se agarram para tudo explicar, mesmo compreendendo a fraqueza dos argumentos, é a hereditariedade patológica. No entanto, o papel da hereditariedade psíquica é muito mais importante, porquanto a sua ação se faz sentir em todo o terreno da patologia.

Em referência ao caso de que nos ocupamos, todos os médicos que trataram do enfermo, menos um, atribuíram ao arrastamento do meio, aliado às condições de vida social, dando o caso como perdido, devido à intoxicação das células e dos neurônios.

Longe de nós querermos negar o legado dos pais e antepassados, através de cujas gerações o mal persiste e os vícios se patenteiam. Todavia, só esse apoio é bastante frágil ante aquele que arrasta os indivíduos pela intoxicação, pela hereditariedade psíquica, sem o conhecimento da qual é difícil, impossível, mesmo, o saneamento e a luta contra o vício da embriaguez, vício que se impregna muito mais no psiquismo do que no terreno material, orgânico.

O alcoólatra leva consigo a herança mórbida – pois no laboratório da natureza, com a morte, o corpo apodrece e se consome, dispensando-se os elementos com a decomposição.

A lepra, a tuberculose, o câncer, males que se estabelecem no corpo e usufruem os seus elementos químicos, se dispersam com a transformação, mas os vícios, como o álcool e os entorpecentes, são conservados pelo perispírito, sofrendo a intoxicação do seu ego, a intoxicação psíquica.

Os primeiros males desaparecem com o corpo; os segundos persistem, pois o espírito não morre – continua a sua vida como repositório dos sentimentos, dos desejos.

Morto o alcoólatra, o seu espírito continua intoxicado e enfermo – tanto que se em vida humana o seu vício o levou ao manicômio, nos manicômios do espaço continuará para desintoxicação perispirital.

O medicamento, a vacina propícia para extirpar a tara psíquica da embriaguez é a noção da responsabilidade, a compreensão do dever, o desejo controlado, a boa vontade, escudos que todas as atuações psíquicas são impotentes para dominar.

Desejar e repelir são vontades inerentes ao espírito – são desejos psíquicos que se devem manter em equilíbrio para atração e repulsão dos fluidos, que convergem para si próprios.

Os médicos precisam pensar um pouco nesses fatores psíquicos e, principalmente, nas suas origens e nas suas causas, porque pode-riam fazer muito mais, ainda, aliviando dores e curando enfermos, aliando este tratamento psíquico baseado ao tratamento orgânico.

No maior número de vezes, esses dois males se reúnem, porque grande percentagem das criaturas são sensitivas e nos seus leitos de dor atraem entidades que vão aumentar a sua moléstia orgânica.

A assimilação fluídica entre encarnados e desencarnados é um fato, e os sensitivos os atraem pelo pensamento, exteriorizando os seus males, pensamento e exteriorização que, abrangendo zonas psíquicas, provocam a aproximação de entidades que, junto aos seus leitos, ora aumentam essas dores, ora lhes fazem sentir outros males, ora, ainda, lhes aguçam os vícios para usufruírem dos seus resultados.

Essa assimilação fluídica – agente invisível – não depende das pesquisas de laboratórios e análises – sim, dos trabalhos de investigação, estudando as mediunidades e a alma.

Várias observações enriquecem o nosso arquivo, observações que provam o prolongamento ou atenuação dos padecimentos de um enfermo, de conformidade com a aproximação ou afastamento das entidades cuja ação se faz sentir ou não, mormente para os casos de entorpecentes, quando essas entidades atuam mais, ainda, provocando oportunidades para a aplicação desses medicamentos, dos quais lançam mão os médicos que visam o sintoma dor.

Agem para que a dor seja mais intensa, obrigando o médico a dar novos entorpecentes, porque o espírito que atua é viciado e sente, também, o efeito do entorpecente...

O espírito sobrevive ao corpo, levando todos os sentimentos e todos os desejos – e almas atormentadas pelo vício são verdadeiros tóxicos que se deixam levar para fora da estrada dos bons sentimentos, arrastando também os seus irmãos encarnados, de cujas taras psíquicas se aproveitam em benefício próprio.

A verdadeira essência da vida está na vida psíquica.

Para que a medicina não se veja entravada na sua sublime missão, ela precisa ampliar o seu combate às causas orgânicas, atacando, também, as causas psíquicas. Para isso, precisa estudar e investigar com os ensinamentos que lhe oferece o Espiritismo, com as Leis da Imortalidade e da Reencarnação, a fim de que a sublimidade da sua missão seja ainda mais eficiente.
Fonte:
(Dr. Inácio Ferreira, “A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO”, 1ª edição EDICEL).



O ÁLCOOL

O homem, no grande livro da contabilidade da vida, pela bebedice, inverte o DEVE pelo HAVER, e, se não se abstém do funesto vício do álcool, tem as seguintes conseqüências:
1 - Perde o dinheiro e ganha miséria.
2 - Perde a capacidade e ganha inaptidão.
3 - Perde a saúde e ganha enfermidade.
4 - Perde a virtude e ganha perversidade.
5 - Perde a honra e ganha desprestígio, menosprezo.
6 - Perde o bem-estar e ganha mal-estar e sofrimento.
7 - Perde a tranqüilidade e ganha inquietude.
8 - Perde o vigor e ganha abatimento e decadência.
9 - Perde a alegria e ganha tristeza e desespero.
10 - Perde a inteligência e ganha embrutecimento.
11 - Perde a salvação e ganha perdição da sua alma.
(Leia em Gálatas 5:19-21)


UTILIDADES DO ALCOOLISMO

O alcoolismo é útil para:
Fazer perder o tempo, o dinheiro e a vergonha. Sócrates.
Acabar com o lar, a sociedade e a pátria. Suderman.
Levar os filhos a perder o respeito aos pais e a consideração a si mesmos. Carducci.
Transtornar o corpo, perverter os nobres sentimentos e destruir as faculdades mentais. Francisco I.
Fazer papéis ridículos e praticar toda classe de vulgaridades. Bismarck.
Pedir fiado um copo de aguardente enquanto falta valor para pedir um pão para que comam os filhos. Carlos V.
Levar o homem ao suicídio. Napoleão.


SUA MAJESTADE O ÁLCOOL

Você me conhece ?
Sou o príncipe das alegrias, o companheiro dos gozos mundanos, o portador das desgraças, o mensageiro da morte.
Estou presente em todas as partes, em todas as cerimônias; nenhuma reunião festiva tem lugar sem a minha presença; suscito nos corações pensamentos abjetos e criminosos; a homens e mulheres induzo à imoralidade; produzo adultérios. Sou pai da corrupção e da desgraça; provoco a degeneração da raça humana; introduzo a infelicidade nos lares; por toda parte espalho envilecimento, depravação, loucura, crimes e suicídios.
Destruo a família, a sociedade e a nação! Ocasiono contendas e provoco homicídios. Gero enfermidades. Faço nascer crianças raquíticas, retardadas, idiotas. A jovens e a velhos faço perder a vergonha, a dignidade, a honra, a educação, a religião e os haveres materiais. Ponho um véu sobre a consciência dos homens e lhes obscureço o entendimento, fazendo passar delitos e crimes por satisfação inocente, baixezas por passa tempo, imoralidades por entretenimento.
Consegui de tal maneira perverter a inteligência dos homens que eles estragam a uva, os cereais, a cana-de-açúcar, etc., para me fabricarem, convertendo assim, benções em maldições.
Minha pátria é a Terra; meus escravos são os homens; quem me envia é o diabo.
Sou o melhor fornecedor de vítimas dos hospitais, dos hospícios, dos asilos, dos presídios, do inferno.

SOU SUA MAJESTADE O ÁLCOOL

Uma escolha trágica
É conhecida a fábula do gênio que impôs a um pobre homem uma escolha trágica. Encontrando-se com o infeliz, disse-lhe o gênio: Escolhe um dos três males: ou matas teu pai, ou vendes tua mãe, ou bebes. O desgraçado, para não matar o pai, nem vender a mãe, preferiu o terceiro mal: Bebeu, e bêbado, matou o pai e vendeu a mãe.

Álcool e crime
Certo magistrado inglês declarou: “Analisados os casos, as nove décimas partes dos crimes cometidos na Inglaterra e no País de Gales se devem atribuir à bebida”.

Tudo passou por aqui
Na cidade de Lion, na França, os transeuntes pararam para ver um homem que, com um metro na mão, media a porta de uma tabernal. Media e não cessava de medir. Parecia louco.
Por fim, bateu na testa e disse: Sim! É verdade! Eu tinha muito dinheiro e todo ele passou por esta porta. Eu tinha várias casas e elas passaram por aqui. Eu tinha vinhas e campos imensos e eles passaram por aqui. E, no entanto, esta porta não tem mais de dois metros de altura. Tudo que eu tinha - bem-estar, família, etc. - tudo passou por aqui. Agora eu não mais posso passar por esta porta para acabar de arruinar-me, pois estou na miséria... Não tenho mais dinheiro e, por isso, não me deixam entrar por ela.” Ah! terrível cachaça!
   

                                  cirurg 

  
                                         AS CURAS ESPIRITUAIS
 

A Tenda de Umbanda de Ossanha possui um corpo médico espiritual, onde é chefiada pelo Dr. Ventos Uivantes (Caboclo Mata Virgem), que é graduado em medicina, Mestre em Medicina Clínica e Cirúrgica, sendo ele Doutor em Anatomia Humana e Cirurgia Geral, atuando em cursos nas mesmas áreas na espiritualidade, tendo como membro de sua equipe Médica o Dr. Bezerra de Menezes, Dr. Inácio e tantos outros médicos de diversos continentes que atuam incessantemente na Terra, fazendo cirurgias tanto espirituais como materiais atuando através das mãos de médicos encarnados.
Graças a esta enorme equipe, nossa casa dispõe dos atendimentos com cirurgias espirituais, agendadas e estabelecidas conforme o chefe Dr. Ventos Uivantes os determina.

           
1.0 - Introdução



1.0 - Introdução
A maioria das pessoas, espíritas ou não, já ouviu falar das operações espirituais. Elas seriam intervenções cirúrgicas feitas no perispírito por médicos desencarnados, sem cortes no corpo material, tendo em vista restabelecer a saúde física de pacientes enfermos. Será que tal procedimento é possível de ser realizado? Este tipo de auxílio poderia ser implantado rotineiramente nas atividades do centro espírita? Haveria algum impedimento legal ou doutrinário a ser observado? A finalidade deste estudo é a de encontrar respostas a tais questionamentos, tendo em vista o aprendizado e a melhoria dos serviços mediúnicos prestados nessa área pelos centros espíritas.
No Grupo Espírita Bezerra de Menezes, na cidade de São José do Rio Preto, SP, foi observado o trabalho de uma equipe de Espíritos cirurgiões durante cinco anos, com auxílio de médiuns videntes.
Pelos resultados obtidos, ficou demonstrado que, sob o patrocínio da Misericórdia Divina, esses mensageiros celestiais prestam importante serviço no campo do alívio e cura das doenças físicas. Fundamentando-se nessas observações e na argumentação doutrinária, pode-se afirmar com grande probabilidade de acerto, que as operações espirituais são perfeitamente possíveis.


1.1 - O perispírito e os órgãos psicossomáticos
Quando realizou seu trabalho na Codificação, Allan Kardec colocou a existência do corpo espiritual como sendo um dos alicerces no qual se assentava a fenomenologia mediúnica. Chamou esse corpo de ''perispírito'', designando-o como o elo invisível, fluídico, a unir o princípio espiritual ao princípio material. Disse tratar-se do veículo transmissor do desejo do Espírito ao corpo físico, como também das impressões desse último à apreciação do próprio Espírito. Concluiu também, que o corpo espiritual é feito de uma variação do fluido universal, retirada do orbe onde o Espírito está encarnado.
Sem o perispírito, disse o Codificador, o Espírito, fundamentalmente abstrato, não poderia agir sobre a matéria, ficando impossibilitado de encarnar-se para vivenciar suas experiências evolutivas. Explicou ainda, que o corpo espiritual exerce um papel muito importante na saúde física, pois alterações na sua estrutura fluídica são capazes de perturbar a ordem molecular no corpo carnal, podendo levar ao enfraquecimento orgânico e originar doenças.
Em um de seus estudos, publicado na Revista Espírita, ano de 1866, Allan Kardec demonstrou que o corpo material e o espiritual são provenientes da mesma fonte, isto é, do fluido básico universal.
''A natureza íntima da alma, isto é, do princípio inteligente, fonte do pensamento, escapa completamente às nossas investigações. Mas sabe-se agora que a alma é revestida de um envoltório ou corpo fluídico, que dela faz, após a morte do corpo material, como antes, um ser distinto, circunscrito e individual. A alma é o princípio inteligente considerado isoladamente; é a força atuante e pensante, que não podemos conceber isolada da matéria senão como uma abstração. Revestida de seu envoltório fluídico, ou perispírito, a alma constitui o ser chamado Espírito, como quando está revestida do envoltório corporal, constitui o homem. Ora, posto que no estado de Espírito goze de propriedades e faculdades especiais, não cessou de pertencer à humanidade. Os Espíritos são, pois, seres semelhantes a nós, pois cada um de nós torna-se Espírito após a morte do corpo, e cada Espírito torna-se homem pelo nascimento.
"Esse envoltório (o perispírito) não é a alma, pois não pensa: é apenas uma vestimenta; sem alma, o perispírito, assim como o corpo, é uma matéria inerte privada de vida e de sensações. Dizemos matéria porque, com efeito, o perispírito, posto que de uma natureza etérea e sutil, não é menos matéria como os fluidos imponderáveis e, demais, matéria da mesma natureza e da mesma origem que a mais grosseira matéria tangível, como logo veremos'' - (Revista Espírita, número de março de 1866, artigo "Introdução ao estudo dos fluidos espirituais", item 4).
A Codificação espírita revelou os princípios básicos a respeito de todas as questões importantes para quem pratica, estuda e pesquisa o Espiritismo. Consultando "O Livro dos Espíritos " pode-se encontrar instruções capazes de apontar rumos a serem seguidos no estudo das operações espirituais. São perguntas e respostas que dão a entender que o perispírito é algo mais que uma massa fluídica homogênea e que o fluido perispiritual se divide entre os órgãos do corpo físico. Na questão 137, por exemplo, Kardec pergunta aos Espíritos superiores se poderia haver uma divisão do Espírito durante a reencarnação:
Pergunta: - O mesmo Espírito pode encarnar-se de uma vez em dois corpos diferentes?
Resposta: "Não. O Espírito é indivisível e não pode animar simultaneamente duas criaturas diferentes".
Na questão 140, logo à frente, indaga:
Pergunta: - Que pensar da teoria da alma subdividida em tantas partes quantos são os músculos, presidindo cada uma das diferentes funções do corpo?
Resposta: "Isso depende do sentido que se atribuir à palavra alma. Se por ela se entende o fluido vital, está certo; se o Espírito quando encarnado, está errado. Já dissemos que o Espírito é indivisível: ele transmite o movimento aos órgãos através do fluido intermediário, sem por isso se dividir".
Na questão acima, o Codificador aprofunda a questão 137 e pergunta ao Espírito de Verdade sobre a possibilidade da alma se dividir em tantas partes quantas fossem os órgãos do corpo carnal, durante a encarnação. A entidade responde que tudo dependia do sentido que se atribuía à palavra "alma". Se por ela se entendia o fluido vital, estava certo. Quer dizer, haveria uma divisão fluídica dos fluidos perispirituais (fluido vital) em torno dos órgãos materiais. Se por ela se entendia o "Espírito", estava errado, pois tinha afirmado anteriormente que o Espírito era indivisível.
Na questão 140-A, o Codificador complementa:
"A alma age por meio dos órgãos e estes são animados pelo fluido vital que se reparte entre eles e, com mais abundância, nos que são os centros ou focos do movimento".
As obras subsidiárias do Espiritismo também nos trazem importantes revelações sobre a estrutura do perispírito. Nesse estudo, a opção de pesquisa foram os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, devido à reconhecida idoneidade do médium. Em várias mensagens publicadas nas suas obras, os seus guias espirituais revelaram que o perispírito trata-se de uma organização fluídica complexa e que o corpo carnal seria um grosseiro reflexo dele. Vejamos o que diz, por exemplo, André Luiz, no livro "Evolução em Dois Mundos":
"Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação" - (Capítulo 2, Corpo Espiritual, item Retrato do Corpo Mental).
"Todos os órgãos do corpo espiritual e, conseqüentemente, do corpo físico foram, portanto, construídos com lentidão, atendendo à necessidade do campo mental em seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre" - (Capítulo 4, Automatismo e Corpo Espiritual, item Gênese dos Órgãos Psicossomáticos).
Pergunta: Qual a importância existente entre o baço e o centro esplênico, se o baço pode ser extirpado sem maiores prejuízos à continuação da existência do encarnado?
Resposta: Compreendamos que a extirpação do baço em sua expressão física no corpo carnal não significa a anulação desse órgão no corpo espiritual e que, interligado a outras fontes de formação sanguínea no sistema hematopoiético, prossegue funcionando, embora imperfeitamente, no campo somático atento às articulações do binário mente-corpo - (Capítulo Corpo Espiritual e volitação, 7ª questão).
Embora tais revelações mediúnicas não tenham a chancela do Controle Universal dos Espíritos, essas mensagens fornecem indícios lógicos e racionais mostrando que o perispírito é de fato um organismo complexo, dotado de células e de tecidos. E, o que é mais interessante, de órgãos funcionais, como aqueles que se têm no corpo físico. Mas, será que são reais? Sim, tudo indica que são tão verdadeiros como os do corpo carnal, só que constituídos por uma estrutura material menos densa. Tanto um como o outro são obras milenares construídas pelo pensamento do Espírito na sua ascensão para Deus.
Chega-se assim à definição que: o perispírito é o elo fluídico que une o corpo físico ao Espírito, permitindo sua atuação no meio material; que é o veículo das sensações, dando condições ao Espírito de se comunicar com o meio exterior onde existe; que reflete o corpo mental do Espírito; que o corpo carnal é um reflexo do perispírito; que esse corpo possui órgãos fluídicos criados pela projeção do próprio Espírito, tão reais quanto os órgãos do corpo carnal.

1.2 - Os instrumentos cirúrgicos no Além
No Movimento Espírita transitam algumas idéias um tanto distorcidas a respeito da natureza do mundo espiritual. Geralmente, pensa-se que o invisível é uma região de abstração, onde as coisas são revestidas de fluidos tênues, sem formas concretas.
A Doutrina Espírita nos informa que os fluidos espirituais sofrem as impressões dos pensamentos e que eles podem modificá-los segundo a vontade dos Espíritos. No entanto, o mundo invisível, embora esteja numa constante mutação, possui certa estabilidade e também é palpável como a matéria no mundo terreno.
Allan Kardec, em "A Gênese", demonstra a ponderabilidade das regiões espirituais. Deixa claro que todos os objetos encontrados na Espiritualidade são produtos do pensamento de alguém que os criou, mas que, nem por isso, deixam de ser reais.
Sobre a grande oficina da vida espiritual, o Codificador assim se refere:
''Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não que os manipulem como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos aquilo que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles os aglomeram, os combinam ou os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades como um químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual'' - ( A Gênese, capítulo XIV, item 14).
Existem informações doutrinárias demonstrando que os Espíritos desencarnados, usando seus pensamentos, poderiam construir os instrumentos cirúrgicos como os que eles utilizavam em vida? O texto acima afirma que sim. Allan Kardec reforça no mesmo item:
"O pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro, um militar terá suas armas e seu uniforme, um fumante, seu cachimbo, um trabalhador seu arado e seus bois, uma mulher velha, seus aparelhos de fiar. Esses objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, o qual é fluídico também, como o eram no estado material para o homem vivente; porém, pela mesma razão de que são criados pelo pensamento, sua existência é também fugitiva como o pensamento".
A vida dos Espíritos desencarnados só pode ter similaridade com a existência terrena, devido a esta propriedade que tem o pensamento de agir no universo fluídico, criando as formas de que a entidade se servia quando em vida. Nas sessões de curas, realizadas no Grupo Espírita Bezerra de Menezes, videntes observaram que os médicos utilizam bisturis e pinças cirúrgicas, como se estivessem na Terra.
 
1.3 - Os médicos da Espiritualidade
A Doutrina Espírita revela que os Espíritos ocupam-se, na Espiritualidade, das mesmas atividades que eles desempenhavam em vida. A causa primeira desta preocupação estaria no condicionamento imposto ao Espírito pela sua experiência na matéria. Depois, se for uma entidade esclarecida, pela sua própria vontade em servir dentro do campo de seus conhecimentos.
A Revista Espírita, ano de 1865, é muito instrutiva nesse assunto. No mês de março, ela narra o episódio onde ocorrera o desencarne do Dr. Antoine Demeure, um médico com quem Allan Kardec tivera contato. Em mensagens na Revista, a entidade fala de suas condições no mundo espiritual, revelando que continuava cuidando de enfermos, exercendo suas ocupações de médico.
Numa carta vinda de Montauban, publicada pelo Codificador, há uma narrativa sobre um trabalho de cura orgânica feito pelo espírito do Dr. Demeure durante uma sessão mediúnica. Nela, ocorre a cura instantânea de uma grave entorse que incomodava uma médium vidente. Na mesma Revista Espírita, número de setembro, no artigo ''Cura de uma Fratura'', o médico, com a ajuda de uma grande equipe de Espíritos, aparece novamente curando a fratura do antebraço da mesma paciente. Esta prova, acompanhada de instruções de Allan Kardec, demonstra que alguns médicos desencarnados, homens de bem, continuam na Espiritualidade a se ocupar das tarefas que faziam na Terra, ajudando e curando pessoas doentes.
Publicaremos abaixo, a título de instrução, o texto da Revista Espírita citada, número de abril, que trata da entorse da médium vidente:
 
PODER CURATIVO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL
Espírito do Dr. Demeure
O Espírito do bom pai Demeure, vindo engrossar o número de nossos amigos invisíveis, que nos cuidam da moral e do físico, quis manifestar-se desde os primeiros dias por um benefício. A notícia de sua morte ainda não era conhecida dos nossos irmãos de Montauban quando ele empreendeu espontânea e diretamente a cura de um deles por meio do magnetismo espiritual, apenas pela ação fluídica. Vêdes, que ele não perdia tempo e continuava como Espírito, assim como dizeis, sua obra de alívio da humanidade sofredora. Entretanto, há aqui uma importante distinção a fazer. Certos Espíritos continuam dados às suas ocupações terrenas, sem consciência de seu estado, sempre se julgando vivos. É próprio dos Espíritos pouco adiantados, ao passo que o sr. Demeure se reconheceu imediatamente e age voluntariamente como Espírito, com a consciência de, nesse estado, ter maior força.
Tínhamos ocultado a morte do sr. Demeure à sra. G..., médium vidente e sonâmbula muito lúcida, para poupar sua extrema sensibilidade. E o bom doutor, percebendo nosso ponto de vista, sem dúvida tinha evitado manifestar-se a ela. A 10 de fevereiro último, estávamos reunidos a convite de nossos guias que, diziam eles, queriam aliviar a sra. G... de uma entorse de que sofria cruelmente desde a véspera. Não sabíamos mais que isto, e estávamos longe de esperar a surpresa que nos preparavam. Apenas caída em sonambulismo, a dama soltou gritos lancinantes, mostrando o pé. Eis o que se passava: A Sra. G... via um Espírito curvado sobre sua perna, mas as suas feições ficavam ocultas; operava fricções e massagens, fazendo de vez em quando uma fração longitudinal sobre a parte doente, absolutamente como teria feito um médico. A operação era tão dolorosa que a paciente por vezes vociferava e fazia movimentos desordenados. Mas a crise não teve longa duração; ao cabo de dez minutos todo o traço de entorse havia desaparecido. Não mais inflamação, o pé tinha tomado sua aparência normal; a sra. G... estava curada.
Quando se pensa que para curar completamente uma afecção desse gênero, os mais dotados magnetizadores, os mais exercitados, sem falar da medicina oficial, que disto não cura, é necessário um tratamento cuja duração nunca é de menos de trinta e seis horas, consagrando três sessões de atendimento. Essa pode ser considerada uma cura instantânea, com tanto mais razão, como diz o próprio Espírito numa comunicação que se encontra a seguir, que era de sua parte uma primeira experiência feita visando uma aplicação posterior, em caso de êxito.
Entretanto, o Espírito continuava desconhecido da médium e persistia em não mostrar suas feições; dava mesmo a impressão de querer fugir, quando de um pulo, nossa doente, que minutos antes não podia dar um passo, se lança no meio da sala para apertar a mão do seu médico espiritual. Neste momento a sra. G... solta um grito e cai extenuada: acabara de reconhecer o sr. Demeure no Espírito curador. Durante a síncope recebeu os cuidados dedicados de vários Espíritos simpáticos. Enfim, readquirida a lucidez sonambúlica, conversou com os Espíritos, trocando fortes apertos de mão, principalmente com o Espírito do doutor, que respondia a seus testemunhos de afeição, penetrando-a de um fluido reparador.
Não é uma cena empolgante e dramática, na qual parecia serem vistas todas as personagens representando seu papel na vida humana? Não é uma prova entre mil que os Espíritos são seres reais, tendo um corpo e agindo como faziam na terra? Estávamos felizes por encontrarmos o nosso amigo espiritualizado, com excelente coração e sua delicada solicitude. Em vida, ele tinha sido médico da médium; conhecia sua extrema sensibilidade e a tinha conduzido como se fosse sua filha. Esta prova de identidade dada àqueles a quem o Espírito amava não é tocante e apta para fazer encarar a vida futura sob seu aspecto mais consolador? Eis a comunicação recebida do sr. Demeure, no dia seguinte a essa sessão:
''Meus bons amigos, estou ao vosso lado e vos amo sempre como no passado. Que felicidade poder comunicar-me com os que me são caros! Como fui feliz, ontem à noite, por me tornar útil e aliviar nossa cara médium vidente. É uma experiência que me servirá e que porei em prática no futuro, sempre que se apresentar uma ocasião favorável. Hoje seu filho está muito doente, mas espero que logo o curaremos. Tudo isso lhe dará coragem para perseverar no estudo do desenvolvimento de sua faculdade. (O filho da sra. G... realmente foi curado de uma angina inflamatória, com medicação homeopática, ordenada pelo Espírito).
Daqui a algum tempo poderemos fornecer-vos ocasião de testemunhar fenômenos que ainda não conheceis, e que serão de grande utilidade para a ciência espírita. Serei feliz em poder contribuir a essas manifestações, que teria tanto prazer em ver quando vivo. Mas, graças a Deus, hoje as assisto de maneira muito particular e que me prova evidentemente a verdade do que se passa entre vós. Crede, meus bons amigos, que sinto sempre um verdadeiro prazer em me tornar útil aos meus semelhantes e os ajudar a propagar estas belas verdades que devem mudar o mundo, trazendo-o a melhores sentimentos. Adeus, amigos; até à vista''.
- Antoine Demeure
No livro "Evolução em Dois Mundos", página 213, encontra-se uma questão respondida pelo espírito André Luiz, onde comenta a ação da Medicina no mundo dos Espíritos.
Pergunta - Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
Resposta - Na Espiritualidade, os servidores da medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares. Aí os exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes da nova reencarnação, motivo por que numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas do mal sejam extirpadas da mente pelo contato direto com as lutas em que se configuram".
Nos círculos espirituais próximos da Terra acontecem atividades médicas similares às que se observam nos hospitais terrenos. Ora, se o perispírito de um desencarnado pode ser examinado e tratado no plano espiritual, obviamente o de um encarnado também o pode. Não há nada que impeça um médico desencarnado de fazê-lo. Pelo menos é o que se compreende quando se leva em consideração a afirmativa de Allan Kardec de que o perispírito não fica encerrado no corpo, como que aprisionado em uma caixa. Está aberto ao mundo espiritual que lhe tem fácil acesso.
Inúmeras observações mediúnicas feitas na história do Movimento Espírita mostram muitas curas de doenças físicas realizadas por médiuns curadores, auxiliados por Espíritos cirurgiões. Nestes trabalhos, os Espíritos operadores falam dessas curas, como se tivessem realizado "cirurgias", ou seja, as operações espirituais.

1.4 - A operação espiritual
No tratamento das enfermidades localizadas no corpo carnal, os médicos humanos usam o método terapêutico convencional: medicação alopática e homeopática para combater agentes infecciosos e substituir moléculas desorganizadas, enfermiças, por outras saudáveis. Em alguns casos, porém, faz-se necessário uma conduta cirúrgica para a extirpação de tecidos degenerados existentes no corpo físico. O tecido manipulado é refeito através de mecanismos fisiológicos de regeneração.
Nas doenças provenientes do corpo espiritual o processo curativo é exatamente o mesmo, só que sua realização se dá pela ação de médicos desencarnados e agentes fluídicos. Livres da matéria, os Espíritos podem se encarregar desta tarefa com precisão, pois a tudo penetram com facilidade. Aqui, as moléculas substituídas são as do perispírito enfermo.
Também são utilizados medicamentos fluídicos que substituem as moléculas dos tecidos perispirituais avariados. Em algumas situações, no entanto, faz-se necessário uma intervenção cirúrgica no corpo perispiritual, que se recupera por meio de um tratamento fluídico específico. Feito isso, o perispírito transfere as realizações terapêuticas para a organização física, ativando o sistema biológico e provocando a recuperação de tecidos enfermos. Este processo chama-se "operação espiritual".

1.5 - A fluidoterapia
A fluidoterapia é uma técnica que os médiuns, usando fluidos energizados, utilizam para o tratamento das enfermidades físicas e espirituais. Aplicados sobre o perispírito, eles são absorvidos à semelhança de uma esponja. É a conhecida terapia do passe, praticada nos centros espíritas.
As operações espirituais também pertencem a esta área de serviços porque são atividades ligadas à manipulação de fluidos humanos e espirituais. Classificam-se, porém, como fenômenos de características próprias. Por estarem intimamente ligadas à mediunidade curadora, a equipe envolvida nesse trabalho deverá ter, entre seus membros, um ou mais médiuns curadores.
Estes trabalhos são assistidos por entidades desencarnadas, ligadas ao campo da medicina, conhecedoras de particularidades relativas à saúde física-espiritual dos pacientes e à lei de causa e efeito.
Quando se considera o serviço de passe convencional, a magnetização dos pacientes não exige nenhuma condição especial para se realizar. Qualquer trabalhador ou Espírito esclarecido poderá ministrá-los com bom aproveitamento, sem maiores exigências. Já na cirurgia perispiritual ela só será concretizada com a presença de médiuns curadores no ambiente, assistidos por Espíritos de médicos desencarnados.
Pode-se dizer que os papéis do médium curador e dos Espíritos cirurgiões seriam os mesmos do farmacêutico e dos médicos. Enquanto o papel do primeiro é o de ministrar a medicação (fluidos e energias humanas), o desses últimos é o de examinarem cada caso, fazer diagnósticos, prescrever tratamentos fluídicos e, se necessário, realizar cirurgias nos tecidos perispirituais.
Enquanto do lado de cá bastam a imposição de mãos, a prece fervorosa, a conduta moral sadia e a disciplina mediúnica, do lado de lá se desenrola a complexidade das tarefas curativas: a desobsessão (em alguns casos), os procedimentos cirúrgicos, a escolha e seleção de elementos fluídicos a serem utilizados e o estudo das possibilidades de cura ou melhoria das doenças do paciente, frente às suas necessidades
evolutivas.

1.6 - Causa das enfermidades físicas
As enfermidades podem ser classificadas como sendo oriundas de duas fontes distintas: uma de causa física e a outra de causa espiritual. Na primeira delas, a origem das doenças reside na alteração da organização física, provocada por uma ação perpetrada no próprio ambiente onde a pessoa está encarnada. Exemplo: agressões, acidentes, ação de bactérias, vírus etc.
Na segunda, a causa das enfermidades se dá por causa da presença no perispírito de fluidos espirituais impregnados de baixo magnetismo. Essa energia ruim atua no corpo espiritual causando desarmonia em sua estrutura. Por consequência, o corpo perispiritual transmite os reflexos dessa desorganização para a estrutura do corpo físico, desgastando-o ou provocando doenças.
O perispírito pode impregnar-se de fluidos nocivos por várias razões. No entanto, as mais graves são os casos de obsessões e a necessidade de depuração do próprio Espírito. No primeiro caso, a contaminação do tecido perispiritual se dá de fora para dentro e é provocada pela ação de um obsessor. No segundo, o processo de contaminação acontece de dentro para fora. A culpa consciencial do Espírito transforma-se numa energia de baixa vibração que aflora nos níveis externos do corpo espiritual, causando alterações em sua estrutura e, por conseguinte, no corpo físico.
A primeira fonte de enfermidades, a física, é objeto de estudo da medicina humana. A segunda, a espiritual, deve ser preocupação dos estudiosos da ciência espírita, uma vez que a ciência oficial ainda não aceita a existência do Espírito.
Allan Kardec afirma que a maioria das moléstias, como todas as misérias humanas, são expiações do presente ou do passado, ou provas tendo em vista o futuro. Não pode ser curado aquele que deve suportar sua provação e para o qual a doença é remédio para a alma. Isto, no entanto, não quer dizer que se deva deixá-lo ao abandono para que sofra suas expiações. O espírita deve movimentar todas as suas forças e conhecimentos para curar ou aliviar o sofrimento daqueles que o procuram na sua casa de caridade. O sucesso do empreendimento ficará nas mãos dos Espíritos superiores, na permissão de Deus e no merecimento de cada paciente.

1.7 - Como organizar sessões de curas
Todas as casas espíritas podem promover reuniões com a finalidade única de atender aos doentes do corpo físico. No Movimento Espírita, de um modo geral, não há especialização em nenhum setor da prática doutrinária. Tudo fica na dependência de que o Alto faça sua caridade, quando e como bem entender. Há uma necessidade urgente dos centros espíritas promoverem reformas em seus quadros de serviços visando torná-los mais produtivos. Havendo disponibilidade de pessoal, os trabalhadores devem especializar-se nos diversos setores da caridade espírita, utilizando racionalmente a Doutrina para atender a quem precisa de ajuda.
Sabe-se que todo o trabalho espírita fundamenta-se na movimentação de fluidos impregnados de magnetismo. A natureza deste magnetismo está intimamente ligada às qualidades morais das pessoas e das entidades desencarnadas envolvidas. Um trabalho com proposta de produzir fenômenos de curas é bem diferente daquele onde se trata especificamente das obsessões. Nessas reuniões, onde se cuidam de pessoas alteradas emocionalmente ou perturbadas por Espíritos inferiores, haverá a presença intensa do magnetismo inferior.
Nas sessões de curas, onde vai acontecer uma operação de reposição molecular e expulsão de miasmas da estrutura íntima da matéria físico-espiritual, os fluidos que serão utilizados são de natureza superior, impregnados de um magnetismo elevado. O mais sensato, pois, é organizar as sessões de curas num dia apropriado para elas. Não se deve misturar os trabalhos de curas com os atendimentos de obsediados.
Allan Kardec afirma que, em alguns casos, as enfermidades podem ter como causa primária a obsessão espirítica. Nestes casos, quando se detecta influências obsessivas, o paciente deve receber cuidados nas duas áreas assistenciais. Primeiro no setor de desobsessão e mais tarde no de cura. Na formação das equipes de cura existe uma certa dificuldade para se identificar os médiuns curadores. Como não há indícios externos de que um médium tenha mediunidade de cura, as equipes interessadas devem formar um grupo para ministrar o passe curativo nos enfermos que procuram o centro espírita. Aqueles em que pesar a suspeita de serem doadores específicos, podem ser experimentados nas sessões onde se realizarão os trabalhos de operação espiritual. É muito comum o médium curador sentir sair dele,quando ministra o passe, uma quantidade incomum de energia e fluidos.
A equipe que realiza os trabalhos de curas deverá manter um arquivo com fichas de controle destinadas ao apontamento de dados referentes aos sintomas de doenças, ao procedimento de terapia utilizado e aos resultados verificados. É a forma de avaliar se os resultados obtidos são satisfatórios. Os médiuns curadores devem evitar o toque físico com o corpo do paciente. Para que se desenvolva o processo curativo, não é necessário tal procedimento. A ação magnética será a mesma utilizada nos trabalhos de passes, ou seja, a imposição das mãos por tempo mais ou menos determinado, nas áreas afetadas. Alguns grupos utilizam um divã para deitar seus pacientes que necessitem de magnetização mais demorada.
No Grupo Espírita Bezerra de Menezes, o paciente é submetido a um primeiro atendimento de curas feito pela equipe principal de atendimento. Depois, semanalmente, o enfermo continua recebendo passes nas sessões de fluidoterapia que se seguem à evangelização pública. Este serviço é feito por médiuns passistas convencionais. Cada sociedade poderá criar seu método e avaliar os resultados.

1.8 - É ilegal curar no centro espírita?
Sim, é ilegal do ponto de vista jurídico. As leis são normas de vida, feitas com a finalidade de orientar a conduta do homem. A legislação diz que para se exercer o direito de curar um enfermo, a pessoa tem que ser devidamente habilitada para isso. A humanidade conta com universidades destinadas à formação de médicos profissionais nos muitos setores da saúde. Seria uma falta de senso se a sociedade aprovasse a ação impensada de uma pessoa que se propusesse a curar seu próximo, simplesmente porque crê ter poderes especiais para isso.
E os espíritas, como ficam em face desta ilegalidade? É simples. As mesmas leis que proíbem a prática ilegal da medicina também facultam o direito de culto, protegendo o ambiente religioso onde se professam as crenças. O Espiritismo, no seu sentido filosófico, é uma religião e devemos deixar claro que seus trabalhos de assistência a enfermos são objetos da fé que os homens têm em Deus e na assistência dos Espíritos.
Se não há o uso de qualquer instrumentação material, se não ocorre a prescrição de medicamentos, se não há cobrança financeira por assistência prestada, se não se verificam promessas de curas, não existe como acusar legalmente o centro espírita por prática de curandeirismo. Os trabalhos de curas devem ser desenvolvidos dentro do âmbito religioso. No Grupo Espírita Bezerra de Menezes é fixada uma placa logo na entrada da casa, informando a natureza do trabalho assistencial que é ali desenvolvido. Desse modo, evita-se que haja enganos quanto à natureza religiosa da assistência espiritual.
Na história do Espiritismo houve médiuns curadores que vieram desenvolver um trabalho curativo a que se denomina "missão". Estes indivíduos aparecem de tempos em tempos, com operações chocantes, e vêm exercer o papel de chamar a atenção da ciência materialista para a existência da alma. Operam o corpo carnal utilizando instrumentos cortantes, sem anestesia ou assepsia. Encarnam-se preparados para viver uma espinhosa tarefa e acabam processados e presos pelas leis terrenas, mas cumprem suas missões. O serviço de assistência a enfermos, proposto neste trabalho, não deve ser confundido com essas missões. Nada tem de ilegal e pode ser realizado por qualquer núcleo espírita.

1.9 - O preconceito e as curas
Como ficou demonstrado, as operações espirituais são técnica e racionalmente concebíveis. Por que motivo são alvo de preconceitos por parte de alguns espíritas, principalmente os médicos? Tudo acontece simplesmente por razões morais. Allan Kardec demonstra que os médiuns curadores formam uma categoria de doadores fluídicos à parte. Seria lógico que estes indivíduos, à medida que se suspeitasse de suas faculdades, fossem encaminhados para uma sessão apropriada, onde o atendimento a enfermos fosse a meta. Mas, não é isso o que acontece. Em nome da caridade, opta-se pela idéia de que todos são iguais, esquecendo-se da diversidade dos dons nos dados por Deus para nossa edificação. Muitos acham, por exemplo, que a formação de classes especializadas em determinados serviços espirituais levaria seus membros à idéia de engrandecimento.
Tal questão, em verdade, tem dois lados. Num, estão os médiuns curadores que, sem conhecerem a Codificação ou por estarem mal orientados, pensam que as curas feitas por seu intermédio são produto de sua grandeza e posição espiritual. Não possuem consciência de que o dom que lhes foi dado, poderá ser tirado a qualquer instante. É a ignorância.
No outro lado, estão as pessoas que se sentem rebaixadas e humilhadas quando alguém faz alguma coisa que elas, por seus limites naturais, não são capazes de fazer. É o orgulho.
Uma vez mais, a ausência de uma metodologia administrativa racional, fundamentada nas orientações da Codificação, leva os dirigentes de centros espíritas a optarem quase sempre pela pseudo-igualdade. Estabelece-se que qualquer um pode fazer qualquer coisa. O resultado deste posicionamento é que quase nada acontece em termos de curas de doenças e obsessões e todos permanecem igualmente incapazes por anos a fio, em nome de Jesus.


2.0 - Conclusão
No Movimento Espírita existe uma ala de adeptos que afirma serem os trabalhos de cura uma atividade dispensável. Segundo eles, o Espiritismo teria vindo ao mundo para curar as almas e não os corpos perecíveis. Trata-se de uma posição filosófica belíssima, porém, comporta observações. Se o Espiritismo é o Cristianismo redivivo, e à época de Jesus ele promovia curas em nome desta Doutrina, por que motivo nós que somos seus discípulos não o podemos fazer? Por que Jesus utilizava-se deste poderoso recurso? Qual a finalidade dos trabalhos curativos? Ora, sabemos que o Mestre tornou-se conhecido mundialmente por seus "milagres", não por sua doutrina. Isto por quê? Pelo fato de que o homem terreno, em vista do seu atraso, apega-se com muita facilidade aos interesses imediatistas. Ele certamente não daria ouvidos a nenhuma filosofia que não lhes falasse às necessidades do momento.
Os homens de hoje são diferentes dos da época em que viveu Jesus? Não, não são. Há um indiscutível progresso intelectual e tecnológico, mas, moralmente, o homem pouco mudou. Se o centro espírita quer chamar a atenção da sociedade para passar sua mensagem de luz, deve procurar oferecer-lhe alguma coisa que esteja ligada às necessidades básicas e imediatas do ser humano. É a maneira mais rápida de despertar-lhe o interesse para as coisas espirituais.
Quando o centro espírita produz resultados rápidos e objetivos em termos de desobsessão e alívio das enfermidades físicas (curas), há grande procura por seus serviços. O contato com as pessoas em sofrimento oferece ao trabalhador espírita a oportunidade de levar até elas a mensagem doutrinária. É o mesmo serviço que Jesus Cristo e seus apóstolos desenvolviam: faziam sinais com a mediunidade e ensinavam as massas humanas sofredoras. Pode-se afirmar, sem sombras de dúvidas, que o Espiritismo não sobreviveria sem seus fenômenos mediúnicos.
Alguns trabalhadores espíritas colocam-se na cômoda posição de discípulos incapazes. É outro erro. Jesus Cristo era o Mestre, porém, afirmou que seus seguidores fariam obras iguais as suas ou maiores que elas. Acreditamos, pois, que as atividades assistenciais mediúnicas (desobsessão e curas) são de fundamental importância para a sobrevivência do centro espírita como posto a serviço da Espiritualidade. A cura física se encaixa perfeitamente na finalidade misericordiosa e iluminadora do Cristianismo e, por extensão, do Espiritismo.
"A mediunidade curadora não vem suplantar a medicina e os médicos; vem simplesmente provar que há coisas que eles não sabem e os convidar para estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual que eles desconhecem, não é uma quimera, e que, quando o levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos do que agora" - (Allan Kardec, Revista Espírita, novembro de 1866).


 Autor: José Q. Huaixan