sexta-feira, 26 de abril de 2013


Tatuagem e religião - Umbanda



Olá amigos do blog!


É comum vermos tatuagens de orixás em praticantes da Umbanda. Sem fazer apologia a tatuagem, queremos falar um pouquinho dessa forma de homenagem feita por alguns adeptos de nossa religião.

A tatuagem é uma obra de arte viva e temporal, tanto quanto a vida. Segundo a Wikipédia, provas arqueológicas afirmam que a tatuagem é uma prática muito antiga, tendo seu início no Egito entre 4000 e 2000 a.C. e também por nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia, onde as tatuagens eram feitas em rituais ligados a religião.

Porém, a Igreja Católica na Idade Média baniu a tatuagem da Europa (em 787 ela foi proibida pelo Papa), sendo considerada como uma pratica demoníaca, caracterizando-a como prática de vandalismo no próprio corpo. E até hoje algumas religiões proíbem essa prática em seus fiéis, o que não é o caso de nossa religião.


Para fazer um contraponto, principalmente na questão religiosa, a pintura corporal está presente nos rituais religiosos de nossos ancestrais africanos e indígenas. No Candomblé, por exemplo, até hoje é realizado o Efun, onde a cabeça e o corpo do iniciando é pintado com traços tribais com giz. Na cultura indígena a pintura do corpo também é feita para defendê-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus.


Como vocês podem ver, a pintura do corpo relacionada a fé é algo muito antigo e que através da cultura pode influenciar nossas vidas até hoje.

Muitos adeptos de nossa religião, em homenagem ao seu orixá e por fé a ele, optam por fazer uma declaração de fidelidade e devoção através da tatuagem.

Oxossi: tatuagem de um filho do
Centro 
de Umbanda Ogum Rompe Mato
Um filho de santo do Centro de Umbanda Ogum Rompe Mato, que tem tatuado seu orixá de cabeça, Oxossi, no braço direito, nos conta da motivação que o levou a fazer essa tatuagem: "eu vi um rapaz com a palavra 'Orixás' tatuada no braço. Senti vontade de também expressar minha fé assim. É algo que não se apaga, que permanecerá comigo para  sempre. Tatuei Oxossi, meu orixá. Minha fé nele é infinita". 







Ponto riscado de preto-velho e homenagem
a Oxum: tatuagem de uma filha do Centro

de Umbanda Ogum Rompe Mato
Outra filha de santo do Centro também tem tatuagens que homenageiam a preta-velha com quem trabalha e sua orixá de cabeça: "Tatuei o ponto da Vovó Catarina em meu corpo para que ela me guarde, me proteja. É como se fechasse meu corpo. No braço fiz minha homenagem a Oxum, minha orixá de cabeça. Ainda pretendo tatuar uma Cabocla Jurema, a quem também tenho muita gratidão".








Fé: tatuagem de uma filha do Centro
de Umbanda Ogum Rompe Mato
A palavra "fé" também aparece tatuada em duas filhas da casa. Uma delas nos conta o seguinte: " tatuei FAITH, que significa fé em inglês, em homenagem aos meus guias, especialmente Rompe Mato (chefe do terreiro), e meus padrinhos Ogum Beira Mar e Vovó Catarina. A estrela é da Iemanjá a qual sou filha. Quando estou triste, meio sem rumo, costumo olhar para essa imagem. Funciona como um consolo, renovando minhas energias."








Bem amigos, esta postagem não tem a intenção de fazer apologia ou incentivar a tatuagem. Apenas fazer comentários sobre essa diferente manifestação de fé e devoção. 

Que jamais um cidadão sequer seja proibido de manifestar livremente sua fé e religião da forma que lhe pareça correta, respeitando o espaço do próximo.

Um grande abraço e que Oxalá abençoe a todos!

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TATUAGENS DOS ORIXÁS (retirado do Google)


 
Iansã                                          Oxossi


Ogum                                           Iemanjá


Cosme e Damião                                          Oxum


Ogum (São Jorge)                              Xangô (São Jerônimo)


Magia de Pemba


Olá pessoal! Hoje vamos falar de um dos principais fundamentos da Umbanda: a magia da pemba.


A Pemba é um instrumento Sagrado da Umbanda. Nada pode-se fazer com segurança sem ela ou sem os Pontos Riscados por ela.
 



A Pemba é confeccionada em Calcário e modelada em formato ovóide alongado.


Para ao riscar um ponto, estabelecer ritualisticamente o contato vibratório com as energias astrais. Serve também a outras determinações ordenadas pelos guias de Umbanda, muito utilizada na mistura com outros elementos, a fim de promover limpeza áurica no ambiente e nos médiuns durante os trabalhos mediúnicos. 


A Pemba pode ser encontrada nas mais variadas cores, as quais são utilizadas pelas entidades ou pelo sacerdote de acordo com o que se deseja obter. 


Na antiguidade, os velhos magos, experimentados e tarimbados na magia etéreo-física, preparavam a pemba, numa mistura homogênea de certos elementos minerais e vegetais da Natureza, que depois eram imantadas e consagradas, tornando-se poderosos instrumentos na magia. Hoje, raros são aqueles que conhecem a verdadeira confecção de uma verdadeira Pemba. As que se encontram a venda nas casas do ramo são somente feitas de calcáreo, desprovidas de todos os materiais necessários à sua efetivação magística.

Quando um Guia Espiritual, verdadeiramente incorporado pega uma Pemba na mão, torna-a imantada e pronta para o uso Magístico. Quando acaba de utilizá-la, volta a ser simplesmente um Pemba comum.

Conceitos de Pontos Riscados

Para o Umbandista, o ponto riscado é um instrumento precioso para os trabalhos magísticos efetuados pelas entidades espirituais. Muitos pontos riscados pelas entidades espirituais, são selos, o cartão de visitas, a identificação, o brasão e a bandeira da entidade. É uma espécie de campo de forças onde o instrumento utilizado pelas entidades em seu efetivo campo de trabalho é a Pemba. E esta maneja as forças de sorte e lhe confere afinidade com a entidade, identificando a quem ela se subordina, bem como os seus domínios ao ser usado para riscar o ponto. 


Muitos pontos riscados são ordens efetuadas aos elementais da Natureza, bem como às forças cósmicas, formando todo um plano de ação e reação. 

No próximo post falaremos mais dos pontos riscados.

Saravá Umbanda!
Saravá Magia de Pemba!


Fumo na Umbanda: magia da fumaça

Caboclo no Centro de Umbanda.
Olá amigos!


Já falamos sobre a bebida alcoólica na umbanda e seus fundamentos. Hoje quero falar um pouco sobre o uso de fumo na umbanda.

Quem nunca viu um caboclo utilizando charuto nas sessões de Umbanda? Pois bem, a fumaça gerada pelo charuto serve como uma defumação feita no consulente, ajudando a limpar sua aura de larvas astrais ou energias negativas. Além disso o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.

Pombogira no Centro de Umbanda.
Além disso, na queima do cigarro ou charuto temos o elemento terra (erva-fumo) e o elemento fogo. Esses elementos também são manipulados para o trabalho que está sendo realizado quando se utiliza a queima do fumo.

Em nossa casa, por exemplo, o chefe do terreiro, Cacique Ogum Rompe Mato, não dispensa o uso do charuto quando está em terra trabalhando. O charuto é uma de suas ferramentas de trabalho e ele a utiliza em prol da pessoa a quem ele está assistindo.

Nas sessões de pretos-velhos, é comum ver os vovôs e vovós utilizando cigarro de palha, fumo em rolo ou cachimbo em suas mirongas.

Na gira de Exu ocorre o mesmo, charutos, cigarros e cigarrilhas são utilizados pelos compadres durante a gira para descarregar o ambiente, a assistência e os próprios os médiuns.

Como podemos ver a magia da fumaça é mais um dos fundamentos da Umbanda e também é utilizada em outras religiões, como na Pajelança e Xamanismo.

Saravá magia de Umbanda!


Bebida na Umbanda

Olá amigos!

Um dos assuntos que gera preconceito com nossa religião é o uso de bebidas alcoólicas nos terreiros de Umbanda. Mesmo entre os umbandistas, dependendo do terreiro, esse tema é polêmico. 

Bem, quando entrei para a religião uma das primeiras coisas que aprendi é que dentro do terreiro uma rosa não é apenas uma rosa mas sim uma energia, uma fruta não é apenas uma fruta, mas uma energia, e assim todas as coisas utilizadas pelos guias ou utilizadas em oferendas, por exemplo, são energias que serão manipuladas para determinado fim.

Sendo assim o uso da bebida pelos guias de Umbanda e Quimbanda tem fundamento. 

O álcool representa em si a essência dos elementos: é líquido, veio da terra (cana), pega fogo e é extremamente volátil. É da própria constituição que se assemelha ao éter e assim à passagem do plano material para o etéreo. 

Não só do ponto de vista magístico, mas de outros pontos de vista existe a razão da utilização desse elemento. A bebida alcoólica serve para movimentar forças sutis necessárias a realização de algum trabalho ou movimentação magística. Junto com o fogo e com a fumaça (defumação e tabaco) são essenciais na destruição de campos deletérios e de vínculos realizados por feitiçaria. Ou seja, há uma razão para a utilização do álcool, sob diversos pontos de vista. 


Na religião católica o vinho é amplamente utilizado, simbolizando o sangue de cristo. 
Em muitas religiões da África o vinho de palma, entre outras bebidas com teor alcoólico, são néctares das divindades. Os Gregos possuíam uma divindade para o Vinho. Em religiões e cultos xamânicos e ameríndios, em situações determinadas, muitos pajés fazem uso de bebidas com características semelhantes às alcoolizadas.


Enfim, o álcool é um dos fundamentos da Umbanda e é muito utilizado na magia e nas mirongas, saber o porquê de seu uso e combater o preconceito quanto a ele somente engrandece nossa força e traz respeito aos fundamentos e a maneira de fazer caridade da Umbanda.

Saravá!


O Poder do Som

Curimba do Centro de Umbanda Ogum Rompe Mato
Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.

Curimba do Centro de Umbanda
Ogum Rompe Mato
 
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando-os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior. As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma-se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.

Os pontos transformam-se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.

A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram-se no espaço físico - espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esses sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.

Guias: colares sagrados de Umbanda


Olá amigos!

Hoje vamos falar de uma das primeiras coisas que os filhos de fé precisam adquirir ou confeccionar ao entrar numa corrente espiritual de Umbanda: as guias ou fios de contas.

São colares feitos de miçangas coloridas representativas do orixá correspondente. Elas geram um ponto de atração entre o médium e o guia, Orixá ou determinada falange. As guias podem ser feitas de contas naturais, artificiais, aços, pedras, cristais e outros materiais. Ao serem confeccionadas, devem conter um número exato de miçangas correspondente ao Orixá. Outra coisa importa é que elas são feitas de um cordão único. As múltiplas são restritas a hierarquia pai ou mãe de santo.

Além disso, esses colares servem também como um instrumento de proteção contra energias maléficas ou vibrações negativas que podem vir do próprio médium ou do trabalho realizado com a assistência, com pessoas em desequilíbrio. Antes de usá-las, as guias devem ser cruzadas com pemba ou amaci. Isso só pode ser feito pelo Pai ou Mãe de Santo ou pela entidade espiritual deste.

Como vimos, elas são um instrumento importantíssimo, com grande efeito mágico. Por isso devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito. Não devemos permitir que pessoas estranhas as toquem e é importante guardá-las no terreiro ou em um local longe de olhares curiosos.

Os olhos dos Orixás                                       


Dizem que as guias são os "Olhos dos Orixás" e, sendo assim, são um canal que permite o intercâmbio entre o médium e a dimensão do guia ou Orixá correspondente à firmeza da guia. Tenha fé nesse instrumento. Em um momento de apuro, segure bem firme suas guias e peça com fé para que os guias lhe dêem assistência em determinado assunto. Com certeza você sentirá a vibração deles lhe dando força e coragem para enfrentar os desafios da vida.


Saravá Umbanda!

Estudo da Linha de Ogum

São Jorge na entrada do
Centro de Umbanda.
Dando seqüência ao estudo da Linha de Ogum, hoje vamos falar do desdobramento dessa linha e suas falanges.


Sempre vigilante, aplicando a Lei Divina com rigidez e firmeza, Ogum vibra sua energia nos caminhos, nas entradas, agindo de acordo com a atitude daquele que o leva a agir.

Ogum é o Orixá da energia da atitude, vencedor de demandas, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer, pois quem tem a força e a proteção desse guerreiro pode vacilar mas jamais deixará de ser um vencedor ). 

O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxossi damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Concluímos, portanto, que Ogum pode atuar com todos os elementos naturais, Ar, Fogo, Água, Terra, no qual estabelece sua vibração. Ogum atua em todos eles em conjunto com os demais Orixás. Por isso seus falangeiros trazem características da vibração de Ogum com a vibração do Orixá que rege outro campo vibratório da natureza.


RESUMO:

Ogum Megê: trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena (cemitério).

Ogum Rompe-Mato: trabalha em harmonia completa com Oxossi, na entrada da mata. 

Ogum Beira-Mar: trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá.

Ogum Iara: trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum.

Ogum de Lei: trabalha com as almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara.

Ainda dentro desses desdobramentos, encontram-se os chefes de linha, como no caso de Ogum Sete Ondas, que vem a ser o desdobramento da vibração de Ogum Beira-Mar.

Vejamos outros caboclos de Ogum que baixam em nosso terreiro e seus pontos de força:

Ogum das Matas: nas matas.
Ogum Lanceiro: nas matas.
Ogum da Lua: nas cachoeiras e pedreiras.
Ogum Malé (Malei): aliada à Linha de Malei (Povo de Exu). 

Se exu é aquele que abre os caminhos, o faz em nome de Ogum, que estabelece a ligação entre os diferentes locais, determinando a atuacao de Exu. Por isso Ogum é responsável pelos caminhos.

Ogum da Lua
Ogum Megê
  
                       
                         Ogum das Matas
Ogum de Lei
Ogum de Ronda
Ogum Rompe Mato

Ogum Sete Ondas


















Ano da Justiça - Orixá regente de 2013 é Xangô!


Olá amigos!

Em 2013 as energias que vão reger e influenciar o ano são dos orixás Xangô e Iansã. Será um ano que vai favorecer a justiça, a boa conduta e a fé. 

Xangô é o orixá que exerce a "justiça divina". Quando você pede para Xangô, ele vai consultar o seu livro da vida e ver se você tem merecimento naquilo que você pediu. Por isso esse ano não vai favorecer quem anda na escuridão, quem tem duas caras ou não tem uma boa conduta. Será um ano de "acerto de contas", portanto ande na linha!

Em 2013 é importante rever nossas práticas e buscarmos sermos pessoas melhores, mais justas, honestas e íntegras. Será fundamental neste ano rever nossos conceitos e nos entregarmos com fé às boas batalhas.

Pela influência de Iansã, 2013 promete ser um ano bom para o amor, para viver grandes paixões.

Como Iansã rege sob os ventos e Xangô comanda os raios, este também poderá ser um ano de mudanças climáticas. 

2013 promete ser o ano do bem sobre o mal. Vamos renovar nossa fé e pedir a Xangô que nos abençoe com a justiça divina, nos mostrando o melhor caminho.

"No alto da pedreira está Xangô
que rege a luz divina sobre mim.

O dia que eu não tiver 
a fé que Deus me deu,
que caia essa pedreira sobre mim".

Kaô Cabecilê Xangô!

Eparrei Iansã!

 
Exus são um dos grandes pontos de conflito na Umbanda de acordo com outras religiões, basicamente pela falta de informação e preconceito.

É necessário entender que, no sincretismo afro-católico, os Orixás foram associados aos santos católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio. Mas porque este Orixá, irmão de Ogum, animado, alegre, extrovertido, sincero e amigo, foi comparado ao Diabo, das profundezas? Para conhecer esta história, temos que voltar 6.000 anos.

Na Mesopotâmia, os males da vida e as catástrofes naturais eram atribuídas aos demônios, fato este que vale até os dias atuais. Os demônios do mal (conhecidos como Utukku) tinham formato meio humano e meio animal. Com sede de sangue, eles frequentavam cemitérios e encruzas, principalmente à noite.

Nem todos os demônios eram maus, esses eram evocados para combater os maus. Demônios benignos eram considerados gênios guardiões (ao todo sete), que guardavam as porteiras, templos, cemitérios, casas e palácios. Os negros africanos em suas senzalas, com suas danças, incorporavam alguns Exus. Com seu jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos, que se afastavam e diziam que estavam possuídos pelo demônio.
Como Exu não é bobo, assumiu esse estereótipo colocado pelo branco.

As cores de Exu também colaboraram para reafirmar esse medo. (preto/vermelho). Assim, foi criada uma associação indevida entre Demônios e os Exus Africanos.

Exu não é mal, isso é ignorância. Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo e observa critérios de igualdade e justiça em suas decisões e seus trabalhos. Ele não é e nunca foi o Demônio.

Alupandê Cumadre! Alupandê Cumpadre!

Salve a força dos Exus!

CONVERSA DE EXU E OXALÁ

Olá irmãos

Que a paz de Oxalá esteja com todos


Irmãos o texto de hoje é muito interessante, acompanhem:

"O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.

Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.

Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.

Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

Laroyê, Senhor Falante.

Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.

Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.

Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.

Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.

Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.

Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.

Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:

Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.

E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:

Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.

Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.

E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.

Mais uma vez Exu gargalhou.

Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.

Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?

Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.

Pobres homens – repetiu Oxalá.

Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.

Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.

Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.

Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:

Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.

Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?


Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.

Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.

Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:

Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.

Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.

Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:


Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.

Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.

Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?

Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores."

-->Pelo Templo Tião D'angola e Boiadeiro Sete Porteiras.


Que Oxalános abençoe sempre


Saravá   .'.