quinta-feira, 21 de março de 2013


NÃO TENHO VERGONHA DE DIZER , SOU
UMBANDISTA E DAÍ???



Eu sou Umbandista… Mas o que é isso? O que é ser Umbandista? 
É não ter vergonha de dizer: “Eu sou Umbandista”. 
É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista. 
É se dar,acima de tudo a um trabalho espiritual. 
É saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros e casas de Umbanda, representam a Religião de Umbanda. 
É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser amado ,é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si. 
É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e quem os recebe os mereceu. 
É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho. 
É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo: irmandade. 
É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas. 
É saber que nem sempre estamos preparados. Que são necessários sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio. 
É entrar em um terreiro sem ter hora para sair ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido. 
É mesmo sem fumar e beber dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões. 
É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para que eu possa viver meu dia-a-dia numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual. 
É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação. 
É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígena, louco. E ainda assim amar minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece. 
É ser ofendido físico, espiritual e moralmente, mas mesmo assim continuar amando minha Umbanda. 
É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos encostos e mesmo assim levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade. 
É ser Umbandista e pedindo sempre a Zambi para que eu nunca esteja Umbandista. 
É acreditar mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado, momento a momento nos dando força e coragem; ser Umbandista é acima de tudo acreditar nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus. 
É dizer sim, onde os outros dizem não! 
É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão fazendo. 
É vestir o branco sem vaidade. 
É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou e não ter orgulho. 
É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade onde muitos possam ver ostentação. 
É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca. 
É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros. 
É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros. 
É estar sempre pronto para servir a espiritualidade, seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na macaia, seja nos caminhos. Seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja necessário. 
É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros. 
É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras, sentindo seu corpo moído e ao mesmo tempo sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho. 
É sentir a força do zoar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual. 
É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé. 
É ver um consulente entrar no terreiro chorando e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo. 
É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo. 
É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifício, não sejam Umbanda. 
É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade. 
É saber o que significa a Umbanda não para você,mas para todos. 
É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar. 
É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrima… e bom, mal e bem…Os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problemas de quem a procura. 
É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram. 
É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você. 
É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada Umbanda.

                                          A SÍNDROME DE  DOWN NA VISÃO ESPÍRITA


Paulo de Tarso, o extraordinário “Apóstolo dos Gentios”, em excelsa inspiração escreveu aos Gálatas (6:8) afirmando que se o homem semeia na carne, na carne expiará (ceifará a corrupção). Para quem tem “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, não interpretando a Escritura segundo a letra que mata mas segundo o espírito que vivifica, o apóstolo aponta para a necessidade do espírito humano, que haja cometido algum delito contra alguém ou praticado equívocos de conduta numa existência, em corrigir tal situação em existência posterior. Precisando dessa correção para alívio da própria consciência traumatizada pelo erro, vivencia a experiência da doença ou das deficiências físicas ou mentais. As leis divinas pois, não nos castigam mas nos auxiliam a retomar o caminho evolutivo normal. É o que ocorre com os espíritos que precisam da deficiência denominada Síndrome de Down, pela qual resgatam algum problema do passado.
O próprio Jesus, referindo-se a nossa inclusão nos mundos expiatórios afirmou que “…dali não sairíamos enquanto não pagássemos até o último ceitil”, referendando igualmente a necessidade evolutiva do Espírito humano. Nossas aflições no entanto podem advir não só de vidas anteriores como também desta mesma vida, como resultado de nossa imprevidência na atual existência.
A Síndrome de Down, é uma dessas situações ligadas a problemas de vidas anteriores.
Normalmente, cada uma das nossas células possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois. A causa da Síndrome de Down no corpo físico, resulta daquilo que os cientistas chamam de “acidente genético”, devido á presença de um cromossomo 21 a mais nas células. É chamada de trissomia do cromossomo 21, erro que, segundo a Medicina, não está no controle de ninguém. Esse “acidente genético” que acarreta a Síndrome de Down ocorre em uma para cada 500 crianças nascidas, caracterizando-se por deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de vários órgãos internos, em 95% dos casos. Os demais casos também são explicados pela Ciência Médica, mas sempre do ponto de vista materialista ou físico.
Evidentemente o Espiritismo concorda com as informações das pesquisas médicas, obtidas no árduo e sério trabalho investigativo do homem na busca da etiologia das doenças.
O que a Ciência Espírita no entanto acrescenta é que o acaso não existe pois não há erro ou injustiça segundo a Doutrina Espírita. Aquele “acidente genético” ocorre na realidade pela presença do espírito, que tem alguma “conta” a acertar com a Justiça Divina e que se liga á célula ovo ou zigoto no momento em que esta se constitui na fecundação humana. Esse espírito tem um campo energético próprio, agindo não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. Essa tese é espírita e é absolutamente racional como hipótese científica. A ciência materialista dita oficial, evidentemente, ainda não aceita tal tese, já que não investigou o espírito. Aos poucos no entanto vai chegar lá como já chegaram inúmeros pesquisadores e estudiosos das causas atuais e anteriores das doenças e deficiências que acodem á espécie humana. O novo paradigma da Medicina, em futuro bem próximo, tenho certeza, é aquele que admitirá, em bases científicas, a existência do espírito, como principal componente do homem integral, ou seja, do ser cósmico criado por Deus.
Agora mesmo, cientistas da Universidade do Texas, E.U., bem como do Instituto Weizmann de Israel, proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviando-lhes sinais para guiá-los até às trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda. Sem serem espíritas, confirmam a tese espírita de que todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, podendo-se deduzir que pode estar ali o espírito reencarnante, ligado vibratóriamente á sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim por estar com ele sintonizado energeticamente, dentro da faixa evolutiva em que se encontra. Isso não é história não. São dados de pesquisas recentes do Dr Américo Domingues Nunes Filho, presidente da Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro.
De qualquer forma, precisamos respeitar e amar o deficiente, seja qual for a lesão de que seja portador.
A compreensão da Lei Divina da Reencarnação nos inspira nesse sentido
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VIDA SOCIAL DOS DESENCARNADOS


No Plano Espiritual imediato à experiência física, as sociedades humanas desencarnadas, em quase dois terços, permanecem naturalmente jungidas, de alguma sorte, aos interesses terrenos.
Egressas do próprio mundo em que se lhes tramam os elos da retaguarda, quando não se desvairam nas faixas infernais, igualmente imanizadas ao Planeta de que se originam, trabalham com ardor, não só pelo próprio adiantamento, como também no auxílio aos que ficaram.
Naturalmente, as almas que constituem a percentagem a que nos referimos, distanciadas ainda do aprimoramento ideal, procuram aperfeiçoar em si mesmas as qualidades nobres menos desenvolvidas, buscando clima adequado que lhes favoreça o trabalho.
Certas de que voltarão à Terra para a solução dos problemas que lhes enevoam ou afligem o campo íntimo, situam-se em tarefas obscuras, junto dos semelhantes, encarnados ou desencarnados, quando se reconhecem vitimadas pela vaidade ou pelo orgulho que ainda lhes medram no seio, e localizam-se em aprendizados valiosos da inteligência, em se vendo inábeis para os serviços especializados do pensamento, não obstante os talentos sentimentais que já entesourem consigo.
Quase todas, no entanto, obedecem aos ditames do amor ou do ideal que lhes inspiram a consciência. Aglutinam-se em verdadeiras cidades e vilarejos, com estilos variados, como acontece aos burgos terrestres, característicos da metrópole ou do campo, edificando largos empreendimentos de educação e progresso, em favor de si mesmas e a benefício dos outros.
As regiões purgativas ou simplesmente infernais são por elas amparadas, quanto possível, organizando-se aí, sob o seu patrocínio, extensa obra assistencial. No plano físico, a equipe doméstica atende à consanguinidade em que o vínculo é obrigatório, mas, no plano extra físico, o grupo familiar obedece à afinidade em que o liame é espontâneo.
Por isso, na esfera seguinte à condição humana, temos o espaço das nações, com as suas comunidades, idiomas, experiências e inclinações, inclusive organizações religiosas típicas, junto das quais funcionam missionários de libertação mental, operando com caridade e discrição para que as ideias renovadoras se expandam sem dilaceração e sem choque.
Com esses dois terços de criaturas ainda ligadas, desse ou daquele modo, aos núcleos terrenos, encontramos um terço de Espíritos relativamente enobrecidos que se transformam em condutores da marcha ascensional dos companheiros, pelos méritos com que se fazem segura instrumentação das Esferas Superiores. 

APRESENTAÇÃO DOS DESENCARNADOS


O aspecto que as entidades desencarnadas assumem perante os médiuns humanos, quando se comunicam na Terra, pode variar infinitamente. Os Espíritos superiores, pelo domínio natural que exercem sobre as células psicossomáticas, podem adotar a apresentação que mais proveitosa se lhes afigure, com vistas à obra meritória que se propõem realizar. Entretanto, essa maneira de intercâmbio não é a mais comum, porque, de modo geral, os desencarnados impressionam os instrumentos mediúnicos encarnados na forma em que efetivamente se encontram. Decerto, não falta indumentária digna às criaturas que se emanciparam do vaso físico, roupagem, toda ela, confeccionada com esmero e carinho por mãos hábeis e nobres da esfera extrafísica. Importante considerar, todavia, que os Espíritos desencarnados, mesmo os de classe inferior, guardam a faculdade de exteriorizar os fluidos plasticizantes que lhes são peculiares, espécie de aglutininas mentais com que envolvem a mente mediúnica encarnada, recursos esses nos quais plasmam, como lhes seja possível, as imagens que desejam expressar e que adquirem para as percepções do médium coloração e movimento, fazendo-o exprimir-se ou agir, em comportamento semelhante ao sujeito passivo na hipnose provocada. Tais fenômenos, porém, são isolados e apenas se verificam entre o médium e a entidade que o influencia, sem substância na realidade prática, qual ocorre no campo das sugestões, durante a interligação mento-psíquica, entre o hipnotizado e o hipnotizador. Surge, diante disso, uma questão curiosa: Como entender a existência de roupas, calçados e outros petrechos nas entidades desencarnadas? Esclarece André Luiz: “A mente não comanda as moléculas de algodão do vestuário de que se serve no corpo físico, mas pode usá-las, segundo as suas necessidades no mundo. Ocorre o mesmo no Plano Espiritual, em que nos utilizamos das possibilidades ao nosso alcance para atender a esse ou àquele imperativo de nossa apresentação

CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO


A mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino.
No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção.

Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia.
Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicos de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragipara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste.
Enqüadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do gonococo, depois das crises endometríticas puerperais; a salpingite tubercuksa; a degeneração cística do córto; a salpingooforite, em que o edema e o exsudato fibrinoso provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; os síndromes circulatórios da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sangüínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia conseqüente.
Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sangüíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários.
Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexcitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a ralarem, muitas vezes, no martirológio da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinqüentes.
- Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho da sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas?
- Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias.
Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação.
O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro, adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males (1a. Epístola à Pedro, capítulo 4, versículo 8).

DAS CONTRADIÇÕES

            297. Os adversários do Espiritismo não se esquecem de objetar que os seus adeptos não concordam entre si. Que nem todos partilham das mesmas crenças. Numa palavra: que se contradizem. Se o ensinamento é dado pelos Espíritos, dizem eles, como pode ser o mesmo? Somente um estudo sério e aprofundado da Ciência pode reduzir estes argumentos ao seu justo valor.
            Digamos desde logo, para começar,que essas contradições, de que certas pessoas fazem grande alarde, são em geral mais aparentes do que reais, que se referem mais à superfície do que ao fundo dos problemas, e que por isso mesmo não têm importância. Essas contradições procedem de duas fontes: os homens e os Espíritos.
            298. As contradições de origem humana foram suficientemente explicadas no capítulo Dos Sistemas, nº 36, ao qual nos reportamos. Compreende-se que no começo, quando as observações eram ainda incompletas, surgiram opiniões divergentes sobre as causas e as conseqüências dos fenômenos espíritas. Dessas opiniões, três quartas partes já caíram diante de um estudo mais sério e profundo. Com poucas exceções, e à parte as pessoas que não se livram facilmente das idéias que acariciaram ou engendraram, pode-se hoje dizer que há unidade da imensa maioria dos espíritas quanto aos princípios gerais, com exceção talvez de alguns detalhes insignificantes.
            299. Para compreender a causa e o valor das contradições de origem espírita temos de identificar-nos com a natureza do mundo invisível, tendo para isso estudado todos os seus aspectos. À primeira vista pode parecer estranho que os Espíritos não pensem todos da mesma maneira, mas isso não pode surpreender a quem conhecer o número infinito de graus que eles devem percorrer para chegar ao alto da escala. Para querer uma visão única das coisas teríamos de supô-los a todos no mesmo nível; pensar que todos devem ver com justeza seria admitir que todos chegaram à perfeição, o que não acontece nem poderia acontecer, quando nos lembramos de que eles não são nada mais do que a humanidade desprovida do envoltório corporal. Como os Espíritos de todos os graus podem manifestar-se, resulta que as suas comunicações trazem o cunho da sua ignorância ou do seu saber, da sua inferioridade ou da sua superioridade moral. E é justamente para distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau, que devem servir as instruções que temos dado.
            Não se deve esquecer que há entre os Espíritos, como entre os nomes, falsos sábios e semi-sábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Como só aos Espíritos perfeitos é dado tudo conhecer, para os demais, como para nós, há mistérios que eles explicam à sua maneira, segundo as suas idéias, e sobre os quais podem formar opiniões mais ou menos justas, que por seu amor próprio querem fazer prevalecer e gostam de repetir em suas comunicações. O erro está na atitude de alguns de seus intérpretes, esposando com muita precipitação opiniões contrárias ao bom senso e fazendo-se os seus divulgadores responsáveis. Assim, as contradições de origem espírita só têm por causa a diversidade natural das inteligências, dos conhecimentos, da capacidade de julgar e da moralidade de certos Espíritos que ainda não estão aptos a tudo conhecer e compreender. (Ver O Livro dos Espíritos, Introdução, parágrafo XIII, e Conclusão, parágrafo IX.)(1)
            300. De que serve o ensino dos Espíritos, dirão algumas pessoas, se não nos oferece maior grau de certeza que a dos homens? A resposta é fácil. Não aceitamos com a mesma confiança o ensino de todos os homens, e entre duas doutrinas não preferimos aquela cujo autor nos parece mais esclarecido, mais capaz, mais judicioso, menos exposto às paixões? É necessário agir da mesma maneira com os Espíritos. Se entre eles há os que não se elevaram acima da humanidade, há também muitos que a ultrapassaram e podem nos dar instruções que em vão buscaríamos entre os homens mais instruídos. É a distingui-los da turba dos Espíritos inferiores que devemos nos aplicar, se quisermos nos esclarecer, e é essa distinção que conduz o conhecimento aprofundado do Espiritismo. Mas essas mesmas instruções têm o seu limite. E aos Espíritos não é dado saber tudo, com mais forte razão deve ser assim também com os homens. Há assuntos, portanto, sobre os quais os interrogaríamos em vão, seja porque não podem fazer revelações, seja por ignorarem os mesmos, só podendo nos dar a sua opinião pessoal. São essas opiniões pessoais que os Espíritos orgulhosos nos dão como verdades absolutas. É sobretudo a respeito do que deve permanecer oculto, como o futuro e o princípio das coisas,

que eles mais insistem, a fim de darem a impressão de que conhecem os segredos de Deus. E é também sobre esses pontos que há mais contradições. (Ver o capítulo precedente).
            301. Eis as respostas dadas pelos Espíritos às perguntas que fizemos sobre o problema das contradições:
            1. O mesmo Espírito, comunicando-se em dois Centros diferentes, pode transmitir sobre o mesmo assunto opiniões contraditórias?
            — Se os dois Centros diferem no tocante a idéias e opiniões a comunicação poderá lhes chegar modificada, porque estão sob a influência de diferentes falanges de Espíritos: então não é a comunicação que é contraditória, mas a maneira por que é transmitida.
            2. Compreende-se que uma resposta possa ser alterada, mas quando as qualidades do médium excluem toda idéia de má influência, como podem Espíritos superiores usar linguagem diversa e contraditória, sobre o mesmo assunto, para pessoas inteiramente sérias?
            — Os Espíritos realmente superiores jamais se contradizem. Sua linguagem é sempre a mesma com as mesmas pessoas. Mas pode variar segundo as pessoas e os lugares. Deve-se, porém, prestar atenção a isto: a contradição é muitas vezes aparente e refletindo-se a respeito vê-se que a idéia fundamental é a mesma. Ademais, o mesmo Espírito pode responder diferentemente sobre a mesma questão, segundo o grau de perfeição dos que o evocam. Nem sempre convém que todos recebam a mesma resposta, por não estarem todos igualmente adiantados.É exatamente como se uma criança e um sábio te fizessem a mesma pergunta: certamente responderias a cada um de maneira a se fazer compreender e a satisfazê-los. As respostas, embora diferentes, teriam sempre o mesmo sentido.
            3. Com que fim os Espíritos sérios parecem aceitar junto a certas pessoas idéias e até mesmo preconceitos que combatem junto de outras?
            — É necessário que nos façamos compreender. Se alguém tem uma convicção bem estabelecida sobre uma doutrina, mesmo que falsa, devemos afastá-lo dessa convicção, mas a pouco e pouco. É por isso que nos servimos muitas vezes dos seus termos e aparentamos estar integrado nas suas idéias, a fim de que não se assuste de repente e deixe de se instruir conosco.
            Aliás, não é conveniente atacar muito bruscamente os preconceitos. Seria esse um bom meio de não sermos ouvidos. Eis porque os Espíritos falam freqüentemente de acordo com a opinião dos que os escutam, procurando levá-los pouco a pouco à verdade. Apropriam a sua linguagem às pessoas, como tu mesmo o farás, se fores um orador um tanto hábil. É por isso que não falarão a um chinês ou a um muçulmano da mesma maneira que a um francês, a um cristão, pois estariam certos de serem repelidos.
            Não se deve tomar por uma contradição o que geralmente é apenas uma fase da elaboração da verdade. Todos os Espíritos têm a sua tarefa marcada por Deus. Cumprem-na segundo as condições que consideram convenientes para beneficiar os que recebem suas comunicações.(2)         
            4. As contradições, mesmo aparentes, podem lançar dúvidas na mente de certas pessoas. De que método pode servir-nos para conhecer a verdade?
      — Para discernir o erro da verdade é necessário aprofundar no entendimento dessas respostas, meditando-as demorada e seriamente. É um verdadeiro estudo que se tem de fazer. Precisa-se de tempo para isso, como para todos os estudos.
            Estudai, comparai, aprofundai-vos nas questões. Temos dito incessantemente: o conhecimento da verdade tem esse preço. Como quereis chegar à verdade interpretando tudo segundo as vossas idéias estreitas, que considerais grandes idéias? Mas não vem longe o dia em que o ensino dos Espíritos será um só para todos nos detalhes como nas linhas mestras. Sua missão é a de destruir o erro mas isso só se consegue gradativamente.
            5. Há pessoas que não têm o tempo nem a aptidão necessária a um estudo sério e aprofundado. Aceitam sem exame o que lhes ensinam.Mas não há nisso, para elas também, o inconveniente de acreditar em erros?
            — Que pratiquem o bem e não façam o mal, isso é o essencial. Para isso não há duas doutrinas. O bem é sempre o bem, quer o façam em nome de Alá ou de Jeová, porque só há um mesmo Deus para o Universo.
            6. Como podem os Espíritos, que parecem desenvolvidos em inteligência, ter idéias evidentemente falsas sobre certas coisas?
            — Eles têm as suas doutrinas. Os que não são bastante adiantados, mas julgam que o são, tomam as suas idéias pela verdade. É como acontece entre vós.(3) 
            7. Que pensar das doutrinas que só aceitam a comunicação de um Espírito, que seria Deus ou Jesus?
            — O Espírito que a ensina deseja dominar e por isso quer impor-se como único.Mas o infeliz que ousa tomar o nome de Deus pagará bem caro o seu orgulho.Essas doutrinas se refutam a si mesmas porque estão em contradição com os fatos mais amplamente verificados.Não merecem exame sério, pois não têm fundamento.(4)
            A razão vos diz que o bem procede de uma boa fonte e o mal de uma fonte má. Como quereis que uma árvore boa dê maus frutos?Já colhestes uvas na macieira? A diversidade das comunicações e a prova patente da diversidade de sua origem. Aliás, os Espíritos que desejam ser os únicos a se comunicarem se esquecem de dizer por que motivo os outros não o poderiam fazer. Sua negação é a negação do que o Espiritismo tem de mais belo e mais consolador as relações do mundo visível com o mundo invisível, dos homens com os entes que lhes são caros e que assim estariam perdidos para eles sem retorno.São essas relações que identificam o homem com o seu futuro, que o destacam do mundo material.(5)
Suprimir essas relações seriam mergulhá-lo na dúvida que é o seu tormento, seria alimentar o seu egoísmo. Examinando com atenção a doutrina desses Espíritos deparamos a cada passo com injustificáveis contradições, provas da sua ignorância a respeito das coisas mais evidentes,  por conseguinte com os sinais seguros de sua inferioridade. O Espírito da Verdade.
8. De todas  as contradições que se notam nas comunicações dos Espíritos, uma das mais chocantes é a relativa á reencarnação. Se a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como nem todos os Espíritos a ensinam?
            — Não sabeis que existem Espíritos cujas idéias estão limitadas ao presente, como acontece com muitos homens na Terra? Pensam que a sua situação atual deve durar para sempre, não enxergam além do círculo de suas percepções imediatas e não se perguntam de onde vêm e para onde vão. Apesar disso, devem sujeitar-se à lei da necessidade. A reencarnação é para eles uma necessidade em que não pensam enquanto ela não chega. Bem sabem que o Espírito progride, mas de que maneira? Isso é para eles um problema. Então, se lhes fazeis a pergunta, responderão com os sete céus superpostos como andares. Há mesmo os que responderão com a esfera de fogo, a de estrelas, a de flores e a dos eleitos.
            9.Concebemos que Espíritos pouco adiantados não possam compreender essa questão. Mas como é que outros Espíritos de inferioridade moral e intelectual notórias, falam espontaneamente de suas diferentes existências e de seu desejo de reencarnar para resgatar o passado?
  No mundo dos Espíritos se passam coisas que é bem difícil de compreenderdes. Não tendes entre vós pessoas que são muito ignorantes de certas coisas e esclarecidas sobre outras? Não sabeis também que certos Espíritos gostam de manter os homens na ignorância e tomam para a isso ares de instrutores, aproveitando-se da facilidade com que aceitam as suas palavras? Eles podem seduzir os que não examinam as coisas, mas quando os apertamos no círculo do raciocínio não sustentam o seu papel por muito tempo.
É necessário, por outro lado, levar em conta a prudência geral dos Espíritos na propagação da verdade: uma luz viva e súbita ofusca, não esclarece. Eles podem, pois, em certos casos, julgar conveniente expandi-la gradualmente, de acordo com a época os lugares e as pessoas. Moisés não ensinou tudo o que o Cristo ensinaria. E o próprio Cristo disse muitas coisas cuja compreensão estava reservada às gerações futuras. Falais da reencarnação e vos admirais de que esse princípio não tenha sido ensinado em certos países. Lembrai-vos então de que num país dominado pelo preconceito de cor, com a escravidão enraizada nos costumes, o Espiritismo seria repelido pelo simples fato de proclamar a reencarnação. Porque a idéia de que o senhor possa tornar-se escravo e vice-versa teria parecido monstruosa. Não valeria a pena divulgar primeiro a idéia geral, deixando para tirar mais tarde a suas conseqüências?(6)
            Oh, homens! Como a vossa vista é curta para apreciar os desígnios de Deus! Sabei, então, que nada se faz sem a sua permissão e sem um objetivo que freqüentemente não conseguis penetrar. Já vos disse que será feita a unidade da crença espírita. Tende certeza de que ela se fará. E que as dissidências, já menos profundas,
 irão se apagando pouco a pouco, à medida que os homens se esclarecerem, e desaparecerão por completo, porque essa é à vontade de Deus, contra a qual o erro não pode prevalecer. – O ESPÍRITO DA VERDADE.(7)
            10.As doutrinas errôneas que certos Espíritos podem ensinar não retardam o progresso da verdadeira Ciência?
            — Quereis obter tudo sem dificuldades. Mas lembrai-vos de que não há campo sem ervas daninhas que o lavrador deve arrancar. Essas doutrinas errôneas são uma conseqüência da inferioridade do vosso  mundo. Se os homens fossem perfeitos só aceitariam a verdade. Os erros são como pedras falsas que só um olho experiente pode distinguir. Necessitais,portanto,de aprendizado para distinguir o verdadeiro do falso. Pois bem, as falsas doutrinas têm a utilidade de vos exercitar na separação da verdade e do erro.
            — Os que aceitam o erro não retardam o seu progresso?
            — Se aceitam o erro é porque não estão suficientemente adiantados para compreender a verdade.
            302. Esperando que se faça a unidade, cada qual acredita possuir a verdade e sustenta que só ele está com a verdade. Ilusão que os Espíritos mistificadores não deixam de entreter. Sobre o que poderá se apoiar o homem imparcial e desinteressado para fazer o seu julgamento?
            — A luz mais pura não é obscurecida por nenhuma nuvem. O diamante sem jaça é o de maior valor. Julgai os Espíritos pela pureza dos seus ensinamentos. A unidade se fará onde o bem jamais se tenha misturado com o mal. É ali que os homens se ligarão pela própria força das circunstâncias, porque julgarão que ali se encontra a verdade.
            Notai que os princípios fundamentais são os mesmos por toda parte e devem vos unir num pensamento comum: o amor a Deus e a prática do bem. Seja qual for à via de progresso que se pretende para as almas, o objetivo final é o mesmo: praticar o bem. Ora, não há duas maneiras de o fazer.
            Se surgirem dissidências capitais, referentes ao próprio fundamento da doutrina, tendes uma regra para as apreciar. A regra é esta: a melhor doutrina é aquela que melhor satisfaz ao coração e à razão e que dispõe de mais recursos para conduzir os homens ao bem. Essa, eu vos dou a certeza, é a que prevalecerá. – O ESPÍRITO DA VERDADE.

DAS MISTIFICAÇÕES

303. Se se enganar é desagradável, pior ainda é ser mistificado.Aliás, é esse um inconveniente de que mais facilmente podemos nos preservar.Os meios de desmanchar as armadilhas dos Espíritos mistificadores foram expostos nas instruções precedentes e por isso diremos pouco a respeito.Eis as respostas dadas pelos Espíritos sobre o assunto:
1. As mistificações são um dos escolhos mais desagradáveis da prática espírita.Haverá um meio de evitá-las?
— Parece-me que podeis encontrar a resposta revendo o que já vos foi ensinado.Sim é claro, há para isso um meio muito simples, que é o de não pedir ao Espiritismo nada mais do que eles podem e devem dar-vos:seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da Humanidade. Desde que não vos afasteis disso, jamais serei mistificado, pois não há duas maneiras de se compreender a verdade moral, mas somente aquela que todo homem de bom senso pode admitir.
Os Espíritos vêm instruir-vos e guiar-vos na rota do bem e não na das honrarias e da fortuna ou para atender ás vossas pequeninas paixões. Se jamais lhe pedissem futilidades ou o que seja além de suas atribuições, ninguém daria acesso aos Espíritos mistificadores. Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece.
Os Espíritos não estão incumbidos de vos instruir nas coisas deste mundo, mas de vos guiar com segurança naquilo que vos possa ser útil para o outro.Quando vos falam das coisas daqui é por considerarem isso necessário, mas não porque o pedis.Se quiserdes ver nos Espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então sereis mistificados.
Se bastasse aos homens dirigir-se aos Espíritos para tudo saberem, perderiam o livre arbítrio e sairiam dos desígnios traçados por Deus para a Humanidade. O homem deve agir por si mesmo.Deus não envia os Espíritos para lhe aplainarem a rota da vida material, mas para lhe prepararem a do futuro.
— Mas há pessoas que nada pedem e são indignamente logrados por Espíritos que se manifestam espontaneamente, sem que os evoquem.
— Se nada pedem, aceitam o que dizem, o que dá na mesma .Se recebessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do Espiritismo, os Espíritos levianos não as enganariam tão facilmente.
2. Porque Deus permite que as pessoas sinceras, que aceitam de boa fé o Espiritismo, sejam mistificadas? Isso não poderia acarretar o inconveniente de lhes abalar a crença?
— Se isso lhes abalasse a crença, seria por não terem a fé bastante sólida.As pessoas que abandonassem o Espiritismo por um simples desapontamento provariam não o haver compreendido, não se terem apegado ao seu aspecto sério.Deus permite as mistificações para  provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um simples meio de divertimento. O ESPÍRITO DA VERDADE.
            Observação de Kardec: A malandragem dos Espíritos mistificadores ultrapassa ás vezes tudo que se possa imaginar.A arte com que assestam as suas baterias e tramam os meios de persuadir seria digno de atenção, caso se limitassem a brincadeiras inocentes. Mas as mistificações podem ter conseqüências desagradáveis para os olhos a tempo a muitas pessoas que nos pediram conselhos, livrando-as de situações ridículas e comprometedoras.
            Entre os meios empregados por esses Espíritos devemos colocar em primeiro lugar, como os mais freqüentes, os que excitam a cupidez, como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o anúncio de herança e de outras fontes de riqueza. Devem, também se considerar desde logo suspeitas às predições com épocas marcadas e todas as indicações precisas referentes a interesses materiais.Toda cautela com as providências prescritas ou aconselhadas pelos Espíritos, Quando os fins não forem claramente razoáveis.
            Jamais se deixar ofuscar pelos nomes usados pelos Espíritos para darem validade ás suas palavras.Desconfiar das teorias e sistemas científicos ousados.Enfim, desconfiar de tudo o que se afaste do objetivo moral das manifestações.Poderíamos escrever um volume dos mais curiosos com as estórias de todas as mistificações que têm chegado ao nosso conhecimento.(8)

(1) Como Kardec sempre acentuou, devemos considerar os Espíritos como criaturas humanas desencarnadas e não como entes divinos. Essa posição natural evitaria que aceitássemos grande parte das suas comunicações, evitando muitos enganos. (N. do T.)

(2) Estas explicações têm sido interpretadas maliciosamente por certos adversários do Espiritismo, que se fazem de desentendidos para acusar os Espíritos de hipócritas. Não se trata de impingir idéias a ninguém, o que os Espíritos superiores nunca fazem, mas de ajudar os que, iludidos por falsas idéias, necessitam de orientação no seu processo evolutivo. Todos os verdadeiros mestres usam esse sistema. (N. do T.)
               
(3) As doutrinas humanas são geralmente fechadas e estáticas.Formam sistemas de idéias a que os homens se apegam.Por isso a doutrina Espírita se apresenta aberta e dinâmica, baseada na pesquisa e formada pelas contribuições de numerosos Espíritos e homens superiores.O Espiritismo não se apresenta como a verdade, mas como a busca incessante da verdade, que se acelera a amplia na proporção em que os homens e o mundo evoluem.(N. do T.)

(4) Kardec formulou essa pergunta porque a doutrina do “Espírito único” havia sido lançada em Paris e, por mais absurdo que pareça, fazia adeptos.Também por isso o Espírito da verdade se interessou em dar uma comunicação assinada sobre o assunto.Hoje,outras doutrinas continuam a surgir, sempre contraditórias e absurdas, através de médiuns ansiosos de projeção e renome.Basta analisá-las com atenção,como ensina o trecho acima, para percebemos em todas elas os traços da ignorância e da ambição dos seus criadores.(N. do T.)

(5) Note-se a importância desse conceito sobre as relações mediúnicas.O grifo é nosso.(N. do T.)
(6) Essa estratégia dos Espíritos superiores para a revelação da verdade prova a inferioridade do nosso mundo. Eles agiram de início, e continuam ainda hoje, de maneira pedagógica, tratando os povos civilizados (e os mais adiantados da Terra) como os professores inteligentes tratam as crianças na escola primária. (N. do T.)

(7) Novas dissidências continuam a surgir a, mas a sua própria fragilidade nos mostra como serão passageiras. Espíritos e médiuns, levados pela vaidade e a imaginação, criam sistemas novos como castelos na areia. O tempo, as águas e o vento se incumbirão de destruí-los. A verdade é uma só e o mundo está sujeito à lei da evolução. (N. do T.)

(8) A falta de observação dessas instruções tem permitido a divulgação e aceitação de numerosas teorias pseudocientíficas em nosso país e em todo o mundo, que contribuem para o descrédito do Espiritismo.A vaidade pessoal de médiuns, de estudiosos da doutrina e até mesmo de intelectuais de valor inegável, estes sempre dispostos a criticar e a superar Kardec, tem levado essas pessoas ao ridículo, inutilizando-as para o verdadeiro trabalho de divulgação e orientação.Essas instruções devem ser lidas e meditadas pelos que desejam realmente servir á causa espírita (N.do T.)