Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos
Sempre
é bom a gente recordar o conteúdo das obras que embasam a doutrina que
nós dizemos abraçar. A gente lê uma vez e acha que já apreendeu tudo o
que estava contido ali.
No
caso do Livro dos Espíritos, cada vez que a gente voltar a ele vamos
encontrar algo que parece que "está ali pela primeira vez".
Por que será que eu não percebi isso antes? Porque não estava na hora de ver.
Vamos então relembrar algumas perguntas contidas no CAPÍTULO IX, DA INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL. No subtema: "Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos".
466. Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?
“Os
Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a
constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que
progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal,
para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom
caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais,
desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar
no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles
ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás
em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse
pendor. Mas, outros também te cercarão, esforçando-se por te
influenciarem para o bem, o que
restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.”
É
assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que
devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências
contrárias que se exercem sobre nós.
467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
“Pode,
visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os
chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”
468. Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?
“Que
querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo.
Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que
tocaia o rato.”
469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando
o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência
dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre
vós. Guardai-
-vos
de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus
pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam
as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho,
pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que
Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! não nos deixes
cair em tentação, mas livra-nos do mal.”
470. Os Espíritos, que ao mal procuram induzir-nos e que põem assim em prova a nossa firmeza no bem, procedem desse modo cumprindo missão? E, se assim é, cabe-lhes alguma responsabilidade?
“A
nenhum Espírito é dada a missão de praticar o mal. Aquele que o faz
fá-lo por conta própria, sujeitando-se, portanto, às conseqüências. Pode
Deus permitir-lhe que assim proceda, para vos experimentar; nunca,
porém, lhe determina tal procedimento. Compete-vos, pois, repeli-lo.”
471. Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição física?
“É
quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais
com os Espíritos, ou da que com eles tivestes durante o sono.”
472. Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?
“Aproveitam
as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las,
impelindo-vos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por
exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses
tenham sido os Espíritos que a trouxeram para ali. Mas, eles
podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela direção e sugerir-lhe
depois a de se apoderar da importância achada,
enquanto
outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O
mesmo se dá com relação a todas as demais tentações.”
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