quarta-feira, 27 de março de 2013

O Que São Pontos Riscados?



Durante as sessões de terreiro, às vezes observamos as entidades espirituais utilizarem-se de uma espécie de giz (pemba - material calcário) para traçarem sobre determinadas superfícies (madeira, mármore, cobre etc.) figuras tais como sóis, luas, estrelas, triângulos, lanças, flechas, folhas, raios, ondas, cruzes, além de alguns sinais a priori inintelegíveis, que despertam a curiosidade em alguns médiuns e assistentes em saberem o que são e quais suas funções dentro da ritualística umbandista.

A estas configurações expressas pelos espíritos laboradores da Corrente Astral de Umbanda chamamos Ponto Riscado.

Comecemos por trazer à tona, sob nossa visão, o porquê do nome Ponto Riscado, solicitando aos leitores, antes de mais nada, que imaginem e guardem em sua mente a Cruz, símbolo da fé, do Cristianismo e do martírio de Jesus, para melhor entenderem as explicações.

No plano cósmico temos basicamente 2 Linhas primárias de constituição energo-magnética (energia + magnetismo) que são responsáveis pela evolução e ascenção dos mais diferentes tipos e níveis de vida nos reinos que fazem parte de nosso planeta (mineral, vegetal, animal, hominal e espiritual).

A estas 2 Linhas que se tangenciam (tocam) nominamos de Linha Energo-Magnética Ascencional (vertical) e Linha Energo-Magnética Evolucional (horizontal), que juntas e em harmonia constante, compõem a Linha ou Irradiação da Cosmopotência Oxalá (contração do termo Orixalá = A Luz do Senhor Deus), pois tal encontra-se sob a supervisão do maior dos Orixás a nível planetário, O Cristo da Terra.

Pela dinâmica do Princípio de Desdobramento Astral, que implantou aquilo que conhecemos como polaridades ativa e passiva (positiva e negativa), criadas para oferecer o suporte necessário a todos os níveis e subníveis do processo ascencio-evolucional, a Linha de Oxalá, sem perder o seu caráter coordenador e atuante, fragmentou-se harmoniosamente em 6 outras Linhas, todas de constituição energo-magnética secundária, e que pelo princípio retrocitado atuariam nas polaridades ativa (positiva) e passiva (negativa).

Em ação no polo passivo, as 6 Linhas (Irradiações) têm como função atrair, absorver, estagnar e depurar as nocividades. Já no pólo ativo, tais Linhas têm como função potencializar, dinamizar e expandir propriedades benéficas.

Devemos dizer, ainda, que estas 6 Linhas recebem o nome de Iemanjá, Oxum, Oxósse, Ogum, Xangô e Omolu, comandadas pelos Orixás (Senhores da Luz) de mesmo nome. Outras nomenclaturas são usadas, sem contudo perderem a sua essência.
Assim, dentro das respectivas polaridades, estas Linhas se entrecruzam e interagem ininterruptamente, formando incontáveis interseções energo-magnéticas entre as mesmas, de composições e atribuições diversas. A cada um destes elos, emersos pelo tangenciamento de tais Linhas, na Umbanda denominamos Ponto (Astral).

Estas várias interseções e suas variantes formam incontáveis fusões ou justa-posições de forças energo-magnéticas, que fluem perenemente sobre o planeta Terra, dando a devida sustentação ao mesmo.

Para que as forças que constituem estes elos sejam movimentadas especificamente para os trabalhos de Umbanda, é imperioso que haja o acionamento de determinados códigos de acesso, consoante o resultado que se queira alcançar.

Em nossa religião, uma das formas com que os laboradores espirituais, quando incorporados, entram em contato com tais forças, manipulando-as conforme as necessidades, é através do traçado de determinados símbolos (códigos-senha), que, colocados em posição correlata, acabam por atrair as correntes energo-magnéticas indispensáveis a determinado trabalho, que serão recepcionadas pelo campo formado pelo desenho material riscado, aglutinando-se e gravitando em torno do mesmo, isto a nível etérico, sendo redirecionadas pelos espíritos para os mais diferentes fins, repetimos, sempre positivos (benéficos).

Neste sentido, podemos conceituar Ponto Riscado como sendo um ato litúrgico-magístico, de iniciativa dos espíritos da Corrente Astral de Umbanda, que, mediante o uso da pemba, riscam símbolos que revelam a identidade e linha de trabalho dos mesmos, ou ainda abrem canais de interação com forças energo-magnéticas propícias, que percutem no plano material, para atuarem em determinada situação.

Já de posse do conceito de Ponto Riscado, podemos nominá-los segundo a finalidade a que se propõem. Temos então:

Ponto Riscado

Esotérico = oculto, velado
Exotérico = ostensivo, aberto
Identificador
Do espírito,
Da Falange
Do campo de atuação
Da Linha (principal, secundária etc.)
De forças-base


Atrator
Repulsor
Equilibrador
Neutralizador
Fixador
Puro
Misto
Sugestivo (efeito psíquico)
Real (efeito objetivo)
De Firmeza (defensivo-repressivo)
De Segurança (defensivo-preventivo)

O que acabamos de citar são alguns tipos ou espécies de Pontos Riscados mais utilizados pelos espíritos na Umbanda. Outros existem.

Esperamos com tais apontamentos termos dado nossa contribuição para o esclarecimento dos umbandistas de fé e de seriedade.

Salve nossa Cristalina e Amada Umbanda!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário