quinta-feira, 28 de março de 2013

 
OGUM, ORIXÁ GUERREIRO
Jorge da Capadócia

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE.

O tal cônsul, não satisfeito, quis saber:

"O QUE É A VERDADE?"

Jorge respondeu:

"A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Ogum, Orixá Guerreiro

Ogum, na Umbanda, representa uma das forças da natureza oriundas de Deus, que se manifesta na forma de energia ligada à perseverança, à coragem de vencer demandas, atuando na defesa de toda a natureza, sendo executor da Lei. Sua energia está em todos os lugares.

Por vir representado pelos seus falangeiros, como energia vibrante e enérgica, Ogum é símbolo de atividade, de trabalho, de vigor, de possibilidade de a criatura humana buscar na natureza os recursos para vencer suas fronteiras, físicas e espirituais, revitalizando ou descobrindo sua energia vital, às vezes, nem sempre conhecida pelo indivíduo.

Os pontos cantados para louvar Ogum trazem também essa energia, todos eles ressaltando suas qualidades de bravo guerreiro e vencedor de demandas. É comum vermos nos pontos cantados para Ogum a junção dos vários elementos da natureza sendo louvados quando invocamos seus falangeiros.

Quando o filho de fé invoca o Orixá Ogum, está invocando forças que o levem a lutar e vencer sobre as forças que o querem levar ao declínio, agindo a energia de Ogum como elemento revitalizador que possibilita sua ascensão, sua conquista ao fim desejado. Assim como Oxalá, Ogum também é força, é misericórdia, é socorro.

Ogum vibra sua energia nos Caminhos, nas entradas, sempre vigilante, aplicando a Lei Divina com rigidez e firmeza, conforme a atitude daquele que o leva a agir.


Os falangeiros de Ogum são representados por espíritos guerreiros, de soldados, daí também, advir o sincretismo desse Orixá com São Jorge, no Rio de Janeiro, comemorando-se seu dia em 23 de abril. Na verdade, compara-se Ogum a São Jorge pelas características desse Santo Guerreiro do catolicismo: São Jorge veste uma armadura de guerra e monta um cavalo branco. Utiliza a lança e a espada para vencer o dragão, que no caso de Ogum, traz o simbolismo de que através da sua coragem e destemor, sua energia é capaz de trazer a proteção necessária para o combate às forças do Astral Inferior, e o dragão representaria a alegoria de que as forças dos espíritos trevosos e obsessores não são capazes de vencer e derrubar seus filhos.

A força de Ogum é representada por sua espada, sua lança, seu escudo (“Ogum quando vem lá de Aruanda, traz uma espada, e uma lança na mão...”), e através do metal de sua espada, Ogum corta o mal e vence demanda do filho que a ele roga sua benção e proteção, mobilizando toda a sua energia para esse caminho.

Ogum atua com todos os elementos naturais, Ar, Fogo, Água, Terra e, por não ter elemento da natureza específico no qual estabelece sua vibração, Ogum atua em todos eles em conjunto com os demais Orixás, trazendo seus falangeiros características dessa vibração de Ogum com a vibração do Orixá que rege outro campo vibratório da Natureza.

Dessa forma encontramos os desdobramentos da energia do Orixá Ogum, sendo que os mais conhecidos são:

- Ogum Megê - Trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério.

- Ogum Rompe-Mato - Trabalha em harmonia completa com Oxossi, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxossi.

- Ogum Beira-mar - Trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá

- Ogum Iara - Trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum

- Ogum de Lei - Trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara.

Não se pode deixar de citar, ainda, que dentro desses desdobramentos, encontram-se os desdobramentos destes chefes de linha, como no caso do Ogum Sete Ondas que vem a ser o desdobramento da vibração de Ogum Beira-Mar. E, por conseguinte, os desdobramentos do próprio Ogum Sete Ondas, em Ogum Sete Ondas do Fundo do Mar, da Beira da Praia etc.

Ogum é responsável pelos caminhos. Se Exu é aquele que abre caminhos, o faz em nome de Ogum, que estabelece a ligação entre os diferentes locais, determinando a atuação de Exu. Por isso mesmo, abrem-se as giras de Exu nos terreiros de Umbanda, pedindo licença à Ogum.

Esse tão valente protetor do nosso dia-a-dia, a quem sempre invocamos força para vencer nossas demandas, usando seu escudo para proteção contra toda energia ruim ou que pretenda atrasar nossos caminhos. Ogum, que sua luz, que sua energia revigorante e divina recaia sobre os filhos que crêem na tua força, com as bênçãos de nosso Pai Oxalá.

Ogunhê, Salve Ogum, Cavaleiro de Umbanda!

Fonte: Genuína Umbanda

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