sexta-feira, 12 de abril de 2013

Baianos e Boiadeiros

 
 
Em virtude das influências dos rituais africanos, mais especificamente do Candomblé, muitos terreiros umbandistas associam a manifestação do Povo da Bahia com a manifestação dos Boiadeiros. Os boiadeiros no ritual do Candomblé representam a palavra do Orixá, que não fala em sua manifestação e participa das danças em ocasiões especiais com o nome de xirê. Cabe aos boiadeiros e êres (crianças), trazer os recados dos Orixás, e auxiliar na execução de diversos rituais de purificação. Também auxiliam os Orixás, no atendimento de pessoas necessitadas do auxílio espiritual ou temporal. Geralmente são espíritos que se apresentam com forte sotaque baiano ou nordestino, e se paramentam com roupas de couro que os sertanejos usam nas caatingas do nordeste.
Na Umbanda o Povo da Bahia, tanto é a manifestação de espíritos nordestinos (entidades femininas e masculinas) ou como os boiadeiros do Candomblé, e também pode se referir aos Pretos Velhos da Bahia (entidades femininas e masculinas).
Em nossa Fraternidade, o Povo da Bahia, se apresenta com os espíritos nordestinos, e algumas vezes são sertanejos da caatinga. E conforme a definição de povo na hierarquia divina, são espíritos que se comunicam de forma descontraída e alegre, para conseguir a simpatia e confiança das pessoas. Apesar de sorridentes, são espíritos que travam os piores combates contra energias perversas e destruidoras. São vigilantes que executam as tarefas de zelar dos locais de trabalho espiritual, retirando as cargas negativas presentes através de suas danças e cantos. Em algumas oportunidades são rudes e assim chamam a atenção, para que possam expulsar espíritos perigosos e malfeitores, como aqueles que promovem a mistificação.
Quanto aos Boiadeiros, pertencem às vibrações da hierarquia chamada Banda. São os aspirantes ao trabalho dos Caboclos. Muitos médiuns se confundem com as sensações que eles emanam durante suas incorporações, impedindo assim a manifestação desses espíritos.
Seguindo o raciocínio que a extensão territorial de nosso país é imensa, e que em várias partes dele existem diferentes manifestações culturais. Podemos afirmar que o mundo todo, com seus usos e costumes influenciaram o povo brasileiro nesses quinhentos anos.
Os Boiadeiros possuem pontos cantados que são universais, pois falam da função ou o trabalho dos vaqueiros. Porém em alguns são mencionados aqueles que vêm de Minas, portanto são mineiros. Outros pontos falam do gaúcho e também do pantaneiro mato-grossense, usando músicas folclóricas das regiões correspondentes.

Todos os Boiadeiros falam muito pouco, ou raramente falam. Durante o seu trabalho fazem o gesto de laçar como se estivesse segurando uma corda. Esse gestual indica que está retirando do local todos os espíritos perdidos, encaminhando-os para seu justo destino no aprendizado pela evolução.
Tanto os Baianos e os Boiadeiros,  trabalham para Linha que acompanha o seu médium.
Por exemplo: para o filho de Oxosse o seu Baiano protetor responde para Oxosse. Isso quer dizer que todos os seus trabalhos serão acompanhados das ervas, cor de vela, dia da semana e local para oferendas referentes à Linha de Oxosse.
Saudação para os Baianos - Salve o Povo da Bahia! ou É pra Bahia Meu Pai ! Bebida - Cerveja ; Batida de Coco Comida oferecida - Farofas de diversos tipos; Cuscus   etc. Utilizam ervas para passes, cada entidade com suas preferências.
Em nossa Fraternidade evitamos bebida com alto teor alcoólico, deixando as bebidas de preferência  para as oferendas em local e data determinados.

A saudação para os Boiadeiros pode ser igual à do Candomblé - Xetro á Ou simplesmente - Salve o Boiadeiro! As bebidas oferecidas variam conforme a manifestação: Boiadeiro nordestino -  cerveja, cachaça , os dois em  coité Gaúcho -  chimarrão em cuia própria Pantaneiro - tererê , mate frio em chifre. Em nossa Fraternidade evitamos bebidas com alto teor alcoólico oferecendo alternativas, deixando as bebidas de preferência para as oferendas em local e data determinados.

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