Em virtude das influências dos
rituais africanos, mais especificamente do Candomblé, muitos terreiros
umbandistas associam a manifestação do Povo da Bahia com a manifestação
dos Boiadeiros. Os boiadeiros no ritual do Candomblé representam a
palavra do Orixá, que não fala em sua manifestação e participa das
danças em ocasiões especiais com o nome de xirê. Cabe aos boiadeiros e
êres (crianças), trazer os recados dos Orixás, e auxiliar na execução
de diversos rituais de purificação. Também auxiliam os Orixás, no
atendimento de pessoas necessitadas do auxílio espiritual ou temporal.
Geralmente são espíritos que se apresentam com forte sotaque baiano ou
nordestino, e se paramentam com roupas de couro que os sertanejos usam
nas caatingas do nordeste.
Na Umbanda o Povo da Bahia, tanto é
a manifestação de espíritos nordestinos (entidades femininas e
masculinas) ou como os boiadeiros do Candomblé, e também pode se
referir aos Pretos Velhos da Bahia (entidades femininas e masculinas).
Em nossa Fraternidade, o Povo da
Bahia, se apresenta com os espíritos nordestinos, e algumas vezes são
sertanejos da caatinga. E conforme a definição de povo na hierarquia
divina, são espíritos que se comunicam de forma descontraída e alegre,
para conseguir a simpatia e confiança das pessoas. Apesar de
sorridentes, são espíritos que travam os piores combates contra
energias perversas e destruidoras. São vigilantes que executam as
tarefas de zelar dos locais de trabalho espiritual, retirando as cargas
negativas presentes através de suas danças e cantos. Em algumas
oportunidades são rudes e assim chamam a atenção, para que possam
expulsar espíritos perigosos e malfeitores, como aqueles que promovem a
mistificação.
Quanto aos Boiadeiros, pertencem às
vibrações da hierarquia chamada Banda. São os aspirantes ao trabalho
dos Caboclos. Muitos médiuns se confundem com as sensações que eles
emanam durante suas incorporações, impedindo assim a manifestação
desses espíritos.
Seguindo o raciocínio que a
extensão territorial de nosso país é imensa, e que em várias partes
dele existem diferentes manifestações culturais. Podemos afirmar que o
mundo todo, com seus usos e costumes influenciaram o povo brasileiro
nesses quinhentos anos.
Os Boiadeiros possuem pontos
cantados que são universais, pois falam da função ou o trabalho dos
vaqueiros. Porém em alguns são mencionados aqueles que vêm de Minas,
portanto são mineiros. Outros pontos falam do gaúcho e também do
pantaneiro mato-grossense, usando músicas folclóricas das regiões
correspondentes.
Todos os Boiadeiros falam muito
pouco, ou raramente falam. Durante o seu trabalho fazem o gesto de
laçar como se estivesse segurando uma corda. Esse gestual indica que
está retirando do local todos os espíritos perdidos, encaminhando-os
para seu justo destino no aprendizado pela evolução.
Tanto os Baianos e os Boiadeiros, trabalham para Linha que acompanha o seu médium.
Por exemplo: para o filho de Oxosse
o seu Baiano protetor responde para Oxosse. Isso quer dizer que todos
os seus trabalhos serão acompanhados das ervas, cor de vela, dia da
semana e local para oferendas referentes à Linha de Oxosse.
Saudação para os Baianos - Salve o Povo da Bahia! ou É pra Bahia Meu Pai !
Bebida - Cerveja ; Batida de Coco
Comida oferecida - Farofas de diversos tipos; Cuscus etc.
Utilizam ervas para passes, cada entidade com suas preferências.
Em nossa Fraternidade evitamos
bebida com alto teor alcoólico, deixando as bebidas de preferência
para as oferendas em local e data determinados.
A saudação para os Boiadeiros pode ser igual à do Candomblé - Xetro á
Ou simplesmente - Salve o Boiadeiro!
As bebidas oferecidas variam conforme a manifestação:
Boiadeiro nordestino - cerveja, cachaça , os dois em coité
Gaúcho - chimarrão em cuia própria
Pantaneiro - tererê , mate frio em chifre.
Em nossa Fraternidade
evitamos bebidas com alto teor alcoólico oferecendo alternativas,
deixando as bebidas de preferência para as oferendas em local e data
determinados.
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